“O legislativo é o órgão supremo do País”, disse Temer ao explicar ato falho
Durante a posse de novos ministros nesta segunda-feira (2), o presidente Michel Temer (MDB) cometeu um ato falho ao chamar o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), de “presidente do Supremo”.
Logo o presidente foi alertado e brincou com o erro. “Do Senado? Ah, não é do Supremo?”, disse, enquanto a plateia ria e aplaudia. “Mas é da suprema… É que o Legislativo é tão importante, que na minha cabeça ele é sempre supremo. Porque ele é que tem início a tudo o que se faz no País, não é verdade?”, afirmou.
“Vejam que a execução vem da palavra executar. Executar o quê? O que o povo quis por meio da lei. O Judiciário pratica a jurisdição, ‘juris dicem’, diz o direito. Que direito? O direito que manda ser aplicado pelo poder legislativo. Portanto, o legislativo é o órgão supremo do País”, concluiu Temer.
Michel Temer foi alvo de duas denúncias em 2017, rejeitadas pela Câmara, a outra Casa do Legislativo.
O presidente é investigado no âmbito do Supremo Tribunal Federal no caso do decreto dos portos e uma terceira denúncia da Procuradoria-Geral é esperada pelo Planalto.
Temer classificou o evento como “posse prestigiadíssima”.
Tomaram posse os ministros da Saúde, Gilberto Occhi, dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Valter Casimiro Silveira, e presidente da Caixa Econômica Federal, Nelson Antônio de Souza.
A falha de Temer pode ser assistida logo no começo da fala do presidente, ainda nos cumprimentos, no minuto 2’30” do vídeo da transmissão ao vivo pelo Planalto:
https://www.facebook.com/minsaude/videos/1975676125784327/
A posse
Na posse, como praxe, o presidente agradeceu aos ministros Ricardo Barros e Mauricio Quintella, que deixaram Saúde e Transportes, respectivamente, para poderem se candidatar nas eleições de outubro. Segundo o presidente, os dois fizeram “gestões extraordinárias”.
Temer também saudou os novos ministros, disse que Occhi “fez muito na Caixa e fará ainda mais na Saúde”. O presidente destacou que o então presidente da Caixa foi “fundamental” para que o governo conseguisse liberar o FGTS das contas inativas, que injetou R$ 44 bilhões na economia.
Na cerimônia, Temer também assinou a posse do substituto de Occhi no banco estatal: Nelson Antônio de Souza. “Nelson de Souza dará seguimento a extraordinárias realizações na Caixa”, disse o presidente que, rapidamente, contou que com o dinheiro da caderneta da Caixa ele conseguiu abrir o seu primeiro escritório de advocacia.
Temer falou ainda da função social do banco e citou a importância da instituição para programas como o Minha Casa, Minha Vida, criado na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao citar a boa gestão dos ministros, o presidente disse que eles ajudaram a colocar “ordem nas contas públicas” e aproveitou para afagar o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que “provou que a responsabilidade fiscal é decisiva para responsabilidade social.”
Temer falou ainda que, quando assumiu o governo em um momento de “grave crise”, havia muitas obras paralisadas e que sua equipe conseguiu destravar. “Não nos deixamos abater. Colocamos ordem na casa em todas as áreas”, afirmou o presidente.
(Com informações complementares de Estadão Conteúdo)