Em conversas reservadas, o presidente Michel Temer admite que errou ao anunciar que daria “acesso total” à imprensa de seus dados bancários, após seu sigilo ser quebrado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso.
Para não admitir o equívoco, porém, Temer e seus aliados devem insistir na tese se de que a responsabilidade sobre a divulgação dos extratos é do ministro Barroso, que entendeu a importância do sigilo no caso.
“O presidente sabe que cometeu um erro, se precipitou e admite isso. É exposição e desgaste desnecessários”, disse um líder governista. a Nilson Klava no Blog do Camarotti.
Lembre o que o Planalto havia dito em 5 de março, noite em que foi divulgada a decisão de Barroso sobre o sigilo de Temer:
Nota à imprensa
O presidente Michel Temer solicitará ao Banco Central os extratos de suas contas bancárias referentes ao período mencionado hoje no despacho do iminente ministro Luís Roberto Barroso. E dará à imprensa total acesso a esses documentos. O presidente não tem nenhuma preocupação com as informações constantes suas contas bancárias.
Secretaria Especial de Comunicação Social
Decisão de Barroso
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso decidiu nesta terça-feira (13) que a defesa do presidente Michel Temer terá acesso à decisão que determinou a quebra de sigilo bancário somente após o cumprimento das diligências que foram determinadas.
O pedido de acesso foi feito na semana passada pelos advogados após serem notificados da decisão de Barroso. A defesa queria acesso imediato à decisão que fundamentou a quebra do sigilo dos dados bancários do presidente, com base em um pedido de Polícia Federal (PF).
Barroso é responsável no STF pelo inquérito da PF que investiga o suposto favorecimento da empresa Rodrimar S/A por meio da edição do chamado Decreto dos Portos (Decreto 9.048/2017), assinado pelo presidente Temer em maio do ano passado.
Na ação, além de Temer, são investigados o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures e os empresários Antônio Celso Grecco e Ricardo Mesquita, donos da Rodrimar, empresa que atua no Porto de Santos.
Em janeiro, ao responder por escrito aos questionamentos dos delegados responsáveis pelo caso, a defesa do presidente Temer declarou que ele nunca foi procurado por empresários do setor portuário para tratar da edição do decreto, tampouco autorizou qualquer pessoa a fazer tratativas em seu nome.
Com informações de Agência Brasil.