O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, minimizou, nesta segunda-feira (26), a troca de farpas envolvendo o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o presidente da França, Emmanuel Macron sobre as queimadas na Amazônia. Em entrevista ao Pânico, Salles disse que Bolsonaro sabe o que está fazendo, uma vez que se elegeu “sozinho”.
“Tem certas horas que o posicionamento político, a questão de engajar a sociedade, chamar para certos assuntos… Tudo isso ele [Bolsonaro] faz muito bem. Ele foi eleito sozinho, sem ajuda de ninguém, tomou facada, não pegou dinheiro para campanha e foi eleito com 58 milhões de votos. Ou seja: alguma coisa de comunicação ele entende, né”, declarou o ministro.
Para Salles, as críticas de Macron à política de Bolsonaro tem interesses. “A Angola e o Congo estão queimando mais do que a Amazônia e ninguém falou nada, ninguém se habilitou a dizer algo. Então é porque algo de diferente tem entre uma coisa e outra”, afirmou.
Ele acredita que a atitude do francês, ao chamar o Brasil de “nossa casa”, no Twitter, e compartilhar uma foto antiga das queimadas foi “impensada e inadequada” para um chefe de Estado. “De um jeito leviano, mentiroso, usando inclusive uma foto equivocada. Como presidente, ele deveria ter certa se o que está postando é verídico ou não”, criticou.
O ministro disse, ainda, que Macron tentou conseguir apoio no seu país ao falar mal do Brasil. “Ele fez isso para ganhar apoio, porque está mal avaliado. Ele tomou uma série de medidas para se mostrar alguém pró meio ambiente, mas não conseguiu e teve que recuar. Ele também anunciou que não vai conseguir cumprir o Acordo de Paris. Está tentando tirar o foco de seus próprios problemas”, explicou.
Mercosul-UE
Questionado sobre o futuro do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia (UE), posto em jogo principalmente pela França, Salles afirmou que a história “não é bem assim”. “Ninguém jogou fora o acordo. Tirando o barulho, eles [França] também tem muito interesse no Brasil, não é só o Brasil que está se beneficiando com o acordo. Eles vão exportar para cá. Roupa, carro, avião, tecnologia, tem muita coisa em jogo”, finalizou.