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Rio suspende laboratório após casos de HIV em transplantes de órgãos

Secretaria de Saúde do RJ suspendeu laboratório do Central Estadual de Transplantes; entre os transplantes feitos estão os de rins, fígado e coração

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Após seis pacientes serem contaminados pelo vírus HIV em transplantes realizados na rede pública do estado do Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) solicitou a interrupção dos serviços de exames de análises clínicas prestados pelo laboratório PCS LAB Saleme, que atendia a Central Estadual de Transplantes.

O documento foi emitido no dia 20 de setembro, uma semana após a notificação dos casos. O laboratório privado também prestava serviços a outras 12 unidades de saúde do estado, incluindo hospitais estaduais, postos de atendimento médico e institutos especializados.

Laboratório PCS Lab Saleme é interditado pela Anvisa

Localizado em Nova Iguaçu, o laboratório PCS Lab Saleme, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, passou por uma fiscalização da Anvisa e foi interditado após a identificação de inúmeras irregularidades. Com isso, os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio. O Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) também está investigando o caso.

Entre os transplantes feitos estão os de rins, fígado e coração. A notificação do primeiro caso ocorreu no dia 10 de setembro, conforme noticiado pela Bandnews. Os exames para HIV de dois doadores haviam dado negativo na época de suas mortes, porém, eles eram soropositivos.

Comissão de Saúde investiga falha nos testes

O paciente que recebeu um coração começou a apresentar sintomas e reações nove meses depois. Após realizar vários exames, ele testou positivo para o vírus HIV. Outros doadores estão sendo testados pelo Hemorio para verificar se há mais casos registrados.

O processo de transplante no Brasil começa com a declaração de morte encefálica, seguido do contato com a família e, posteriormente, pela análise clínica do doador, com exames para avaliar a saúde dos órgãos. A falha ocorreu porque os testes para doenças, como HIV, deram negativo, e a doação foi realizada mesmo assim.

Em nota, a Secretaria de Saúde informou que esta é uma “situação sem precedentes” e que uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis. Além disso, foi criada uma comissão multidisciplinar para acolher os pacientes afetados, e medidas foram tomadas para garantir a segurança dos transplantados. Todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório, estão sendo rastreadas e reavaliadas.

Agência o Globo

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