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Rio diz que vai priorizar vacinação de professores da rede municipal

Professores e outros profissionais das escolas serão vacinados logo após os profissionais de saúde, idosos e pessoas com comorbidades, informou a Prefeitura

Vacinação no Rio: professores receberão vacina logo após grupos prioritários, diz prefeitura (Ricardo Moraes/Reuters)

A Prefeitura do Rio de Janeiro informou nesta quarta-feira, 27, que professores e outros profissionais nas escolas terão prioridade na vacinação contra a covid-19.

Segundo a nova fila, os profissionais da educação serão vacinados logo após os grupos estritamente prioritários, que são profissionais de saúde, idosos e pessoas com comorbidades. Neste momento, a Prefeitura do Rio está vacinando com prioridade os profissionais de saúde na linha de frente, mas disse esperar começar a vacinação dos idosos “logo nas próximas semanas”.

Professores que se encaixavam nos grupos prioritários — como profissionais idosos — já receberiam a vacina antes, diz a Prefeitura, mas o que muda é que mesmo os profissionais jovens poderão ser vacinados mais rapidamente com as novas regras.

O objetivo é vacinar “toda a comunidade escolar”, diz o secretário de Saúde Daniel Soranz, de modo a garantir um retorno mais seguro das aulas.

O pedido para que professores tenham prioridade na vacinação para permitir a rápida retomada das aulas vem se intensificando. Neste mês, um grupo de parlamentares, governadores e membros do terceiro setor lançou uma campanha para pedir vacinação prioritária aos profissionais de educação, mesmo os mais jovens, no âmbito do Plano Nacional de Imunização.

Nomes como a ONG Todos Pela Educação, a deputada professora Dorinha Seabra (DEM-TO) e a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, participaram de evento online sobre o tema no último dia 14.

A cidade do Rio de Janeiro especificamente tem mais de 630.000 alunos na rede municipal, que é contemplada pela medida anunciada pela Prefeitura hoje. O contingente é quase metade dos 1,3 milhão de alunos do município, segundo dados do Censo Escolar 2020, os últimos disponíveis. São 23.000 docentes na rede municipal (sem incluir os demais profissionais das escolas).

O estado do Rio de Janeiro vacinou quase 135.000 pessoas, segundo dados oficiais até esta quarta-feira, o segundo com mais vacinados no Brasil, atrás de São Paulo (mais de 212.000 pessoas). O Brasil beira os 1 milhão de vacinados, segundo números dos estados (o Ministério da Saúde ainda não tem um número atualizado), menos de 0,3% da população. A vacinação não deve ocorrer em larga escala sem que Fundação Oswaldo Cruz e Instituto Butantan recebam insumos da China para fabricar doses diretamente no Brasil.

Volta às aulas no Rio

Diante da falta de vacinas, os professores não devem chegar a ser vacinados antes da volta às aulas presenciais, a partir de 24 de fevereiro na rede municipal do Rio. Outros estados e municípios também têm programado a volta às aulas para as primeiras semanas de fevereiro, com presença facultativa.

A volta no Rio começa com alunos mais novos (da pré-escola, primeiro e segundo anos do ensino fundamental), segundo anúncio feito também nesta quarta-feira. Antes disso, atividades de orientação e à distância acontecem a partir de 8 de fevereiro.

As demais séries voltam em um período de duas a três semanas após o dia 24. A presença será opcional para os alunos, e casos suspeitos ou que tiveram contato com doentes serão monitorados e isolados das aulas, segundo a Prefeitura. O turno presencial também será só de três horas, para evitar o horário de pico dos transportes.

A lotação nas turmas será limitada de acordo com o nível de contágio em cada região semanalmente (entre no máximo 30% e 75% de lotação, a depender da situação das regiões) e o governo do município afirma que unidades podem vir a ser fechadas especificamente a depender da situação.

“Os filhos dos pobres estão abandonados, largados, sem alternativa. Não dá para a gente como sociedade achar isso normal” afirmou o prefeito Eduardo Paes.

“Nenhum país considerou escola com risco tão alto”

Infectologista da UFRJ e integrante do comitê de especialistas da Prefeitura, Alberto Chebabo elogiou a reabertura das escolas, e lembrou que as unidades podem vir a ser fechadas temporariamente, mas defendeu a prioridade para a educação:

“O Brasil é o país do mundo que está há mais tempo afastado da educação adequada para a sua juventude. Não existe nenhum país do mundo que considerou as escolas com risco tão alto”, afirmou ele.  “Educação não é só educação formal. O fechamento das escolas tem um impacto na educação cognitiva das crianças. As crianças precisam da socialização.”

Médica pediatra e representante do Unicef no Brasil, Luciana Phebo também aprovou as medidas do plano de retomada. “As crianças são as principais vítimas ocultas da pandemia”, disse. “Já se sabe que a escola não é um espaço que dissemina o vírus quando implementa protocolos seguros, criteriosos, como esses adotados pela prefeitura.”

(Com Agência O Globo)

 

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