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Rio bate recorde de internações por dengue e prefeito declara epidemia da doença

Veja iniciativas que podem ajudar Brasil no combate à dengue
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Em todo o país, os números também são altos. São 43,7 mil casos registrados, com 24 óbitos confirmados e 163 em investigação

O Rio de Janeiro bateu o recorde de internações por dengue na história do município neste mês de janeiro. A informação foi dada pelo secretário de Saúde, Daniel Soranz, durante coletiva à imprensa promovida pela prefeitura, nesta sexta-feira, 2, para anunciar um plano de contingência contra a epidemia de dengue vivida pela cidade.

Segundo Soranz, 362 pessoas foram internadas apenas neste mês. Com relação ao número de infectados, o secretário disse que só em janeiro a quantidade se aproxima ao registrado em todo ano anterior.

“A gente vê o limite superior bem marcado, muito acima do que esperávamos. E isso configura uma situação epidêmica. Temos um aumento do número de casos sustentado na série histórica, com repercussões nas clínicas dos pacientes e na rede assistencial. Também para configurar epidemia é necessário que tenhamos o número de casos espalhados em mais de uma região da cidade. E isso acontece no município do Rio. Nos últimos 90 dias, a curva é ascendente, chegamos a ter, num único dia, 569 casos notificados”, disse Daniel Soranz.

– Em janeiro, foram mais de 10 mil casos de dengue no Rio de Janeiro;
– O valor representa uma taxa de incidência de 160,68 por 100 mil habitantes;
– Durante todo o ano de 2023, foram 22.959 casos;

Em todo o país, os números também são altos. São 43,7 mil casos registrados, com 24 óbitos confirmados e 163 em investigação.
Os três estados com maiores taxas de ocorrência são o Distrito Federal, Minas Gerais e Acre. O estado do Rio de Janeiro aparece na sétima posição, com 17,7 mil casos da doença. A maior incidência está na população adulta, em especial nas faixas etárias de 30 a 39 anos e de 40 a 49.

O prefeito Eduardo Paes também comentou a situação e pediu colaboração da população para diminuir os focos de mosquitos da dengue. “A absoluta maioria dos casos a pessoa pega em casa ou perto do local onde mora por absoluto descuido com a história de água parada. Estamos apresentando as medidas que vamos tomar, mas eu faço um apelo enfático à população de que não adianta só apontar o dedo para os governos ou culpar o mosquito. Nós, enquanto cidadãos, acabamos criando o ambiente propício para a proliferação da dengue”, disse.

Medidas da prefeitura

A prefeitura anunciou algumas estratégias para o combate à dengue. Entre elas estão a criação do Centro de Operações de Emergência (COE-Dengue); a abertura de dez polos de atendimento para a doença distribuídos por toda o município; a dedicação de leitos para pacientes com dengue nos hospitais da rede municipal; o uso de carros fumacê nas regiões com maiores incidências de caso e a entrada compulsória em imóveis fechados e abandonados.

Na próxima segunda-feira, 5, o primeiro polo de atendimento para pacientes com dengue será inaugurado no CMS Raphael de Paula Souza, em Curicica, na Zona Oeste.

Vacina contra dengue

O Rio de Janeiro faz parte dos 521 municípios que vão receber e aplicar vacinas da dengue pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A imunização está prevista para começar neste mês de fevereiro, segundo anunciado pelo Ministério da Saúde. Ainda haverá a definição de público e regiões prioritárias para iniciar a vacinação.

Na primeira fase da imunização, serão vacinados cidadãos de 16 estados e do Distrito Federal, que possuem municípios que preenchem os requisitos para o início da vacinação a partir de 2024.

Os estados são:

Goiânia;
Bahia;
Acre;
Paraíba;
Rio Grande do Norte;
Mato Grosso do Sul;
Amazonas;
São Paulo;
Tocantins;
Roraima;
Espírito Santo;
Rio de Janeiro;
Paraná;
Minas Gerais;
Santa Catarina.

Inicialmente, os lotes da Qdenga serão destinados para os municípios que possuem mais de 100 mil habitantes e altas taxas de transmissão da doença nos últimos dez anos. A Qdenga, que será aplicada pelo SUS, demonstrou ser eficaz contra três sorotipos da dengue.

Ela é eficaz contra o DENV-1 em 69,8% dos casos; contra o DENV-2 em 95,1%; e contra o DENV-3 em 48,9%. Não foi possível avaliar a eficácia da vacina da dengue para o DENV-4 pois haviam poucos casos de dengue causados por esse sorotipo. Esses dados foram divulgados pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim).

Quem pode tomar a vacina da dengue?

Na primeira fase, a vacina da dengue será oferecida apenas para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Esse grupo foi escolhido pois esta é a faixa etária que apresenta maior risco de agravamento da doença.

Porém, a Qdenga é indicada para pessoas dos 4 aos 60 anos, desde aqueles que já tiveram dengue até aqueles que nunca foram infectados — ao contrário da Dengvaxia, que é recomendada apenas para pessoas que já foram infectadas com o vírus da dengue.

A Qdenga não é recomendada para os seguintes grupos:

– Pessoas com mais de 60 anos;
– Possui alergia a algum dos componentes da vacina;
– Possui o sistema imunológico comprometido;
– Possui alguma condição imunossupressora;
– Gestantes e lactantes.

No caso Dengvaxia, disponível apenas na rede particular, ela também não é recomendada para pessoas acima dos 45 anos.

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