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Revolução contra o câncer

Na quarta-feira, a FDA, a agência reguladora de medicamentos, aprovou uma terapia capaz de revolucionar a forma de tratar o câncer

O pai, o eletricista Tom Whitehead, fez do desespero alimento para a esperança e não desistiu. Procurou o Hospital Infantil da Filadélfia, que conduzia um novo tratamento para o tipo de câncer da filha, totalmente experimental. Emily foi aceita, só que o risco era altíssimo – a terapia nunca havia sido testada em crianças. Uma máquina removeria o sangue, e dele seriam removidas as células brancas, ou leucócitos, o exército de defesa do organismo. Um vírus de HIV modificado reprogramaria geneticamente essas células brancas para que atacassem o câncer. “Tínhamos duas opções: arriscar ou ir para casa e simplesmente esperar o tempo passar”, disse Tom Whitehead. “Foi brutal assistir tudo isso. Os médicos afirmavam que ela tinha menos de uma chance em mil de sobreviver. E ela conseguiu”.

Coincidentemente, foi em um 2 de maio, no aniversário dos 7 anos, que Emily deu os primeiros sinais de recuperação. Agora, cinco anos sem o câncer, ela se transformou numa página da história da medicina. Na quarta-feira, 30, a FDA, a agência americana reguladora de remédios, aprovou a primeira terapia celular —  conhecida como CAR-T (sigla em inglês para Receptores de Antígeno Quimérico) – destinado a tratar leucemia de Emily. “Estamos desbravando uma nova fronteira de inovação médica com a capacidade de reprogramar as células do próprio paciente e atacar um câncer fatal”, disse o médico Scott Gottlieb, diretor da FDA.

 

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