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Quem me cobra quer eleger Lula, diz Bolsonaro sobre imóveis com dinheiro vivo

Presidenciável rebate acusação de que metade dos imóveis adquiridos pela família foram comprados com dinheiro em espécie

Bolsonaro: presidenciável rebate acusação de que família usou dinheiro vivo para comprar imóveis e diz que “quem me cobra quer eleger Lula” (Alan Santos/PR/Flickr)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou nesta terça-feira, 6, a rebater as críticas à compra de imóveis com dinheiro em espécie por seus familiares. Em entrevista à Jovem Pan, o candidato à reeleição acusou quem cobra explicação sobre as transações de querer eleger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto.

“Não têm nada contra mim. Qual é o objetivo? Eleger o Lula? Dizer que eu sou tão corrupto quanto ele? Tem cabimento isso? Eu sou tão corrupto quanto o Lula?”, afirmou Bolsonaro. “Tiraram o cara da cadeia, tornaram elegível para na marra fazê-lo presidente?”, emendou.

De acordo com reportagem do UOL, metade dos imóveis adquiridos pela família Bolsonaro foi comprada total ou parcialmente com dinheiro em espécie. Na entrevista, o presidente disse que “moeda corrente” não quer dizer “dinheiro vivo”. “Qual é o indício de origem desse dinheiro de corrupção? Qual a origem?”, questionou o chefe do Executivo.

“Como não têm nada contra mim, ficam ao redor dos meus familiares. Aí bota lá que é dinheiro vivo. Agora, (em) qualquer escritura está escrito ‘moeda corrente’. Nos anos 1990, eu lembro, se anunciava telefone fixo nos jornais a preço em dólar. Se vendiam imóveis em dólar. A partir de 1994, com o Real, ficou moeda corrente”, disse Bolsonaro.

“Moeda corrente do País contada e achada certa.” Com pequenas mudanças, essa expressão, que, segundo funcionários de cartórios significa pagamento em dinheiro vivo, se repete em escrituras de compra e venda de imóveis pelos políticos da família Bolsonaro, obtidas pelo Estadão. A prática não é ilegal, mas é vista com desconfiança por órgãos de controle e investigação, como o Ministério Público.

Em 1º de setembro, Bolsonaro havia dito que as críticas à compra de imóveis com dinheiro vivo eram uma maneira de desgastá-lo. Hoje, o presidente falou em “covardia”.

“O que eu tenho para responder sobre essas pessoas? Uma covardia esse ataque. Pega minha mãe que já faleceu e coloca nesse rol. Eu tenho, por exemplo, imóvel no Rio. Um deles no Rio que eu comprei no início dos anos 1990, depois vendi para um irmão, depois comprei de volta do meu irmão, aí são três imóveis. O meu irmão fez algo semelhante também com um parente no passado. Esse ex-cunhado meu é uma pessoa trabalhadora”, afirmou.

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