Partido aprovou uma resolução com os desafios e os ganhos do governo federal
Em uma reunião realizada neste sábado (7), a cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) aprovou uma resolução política que busca explicar os desafios enfrentados pelo governo Lula em seu terceiro mandato. No documento, o partido destaca diversos fatores que, na sua visão, contribuíram para os resultados abaixo das expectativas e para as dificuldades na implementação de uma agenda progressista.
Um dos pontos centrais do texto é a responsabilização do que eles chamam de “extrema-direita” e da operação Lava Jato pelos entraves enfrentados pelo PT. O partido argumenta que esses elementos foram determinantes para a criação de uma conjuntura adversa tanto no campo político quanto no eleitoral.
– Poderíamos ter avançado bem mais? Sem dúvida. A conjuntura mostrou-se, entretanto, bastante desfavorável, não apenas pela capilaridade da extrema-direita nas redes, sempre abastecidas por fundos de milhões de reais e dólares em infraestrutura. A violência política bateu recorde nas eleições e o PT nunca deixou de ser o alvo da vez – diz parte do texto publicado no site da legenda.
O documento também traz uma análise das dificuldades enfrentadas pelo partido desde a Lava Jato, que, segundo o PT, teve como objetivo destruir a sua credibilidade.
– No campo de disputa eleitoral, o PT segue recuperando sua reputação e sua presença efetiva no território, que foi duramente afetado pela tentativa de destruição do partido promovida pela farsa da Lava Jato, com a prisão absurda de Lula, e pela campanha sistemática de desmoralização produzida pela mídia conservadora.
AVANÇOS E LIMITAÇÕES
Apesar das críticas, a cúpula petista também destacou realizações do governo Lula, mas reconheceu dificuldades na comunicação de suas conquistas.
– As realizações do governo são extraordinárias, mas nem sempre isso é percebido pela sociedade, devido à timidez de vários de nossos porta-vozes em travar abertamente o debate e a disputa política contra as forças conservadoras e reacionárias – afirmaram os líderes do partido.
A resolução também criticou o que chamou de falta de articulação entre o governo e o partido, apontando problemas no diálogo interno e na capacidade de mobilização das bases.
– O governo careceu de certa capacidade de diálogo com o partido, tanto para ouvir demandas internacionais quanto para orientar lideranças na luta política, em uma eleição dominada por máquinas municipais de aliados da base, não petistas, e abastecidas com emendas.