Quem usa produtos de higiene íntima pode ter até três vezes mais chances de desenvolver infecção urinária
As infecções vaginais e urinárias podem estar associadas aos produtos de higiene íntima feminina, é o que aponta uma pesquisa publicada no mês passado na revista americana BMC Women’s Health. Segundo o estudo, realizado com mais de 1.000 mulheres no Canadá, as participantes que usavam sabonetes ou géis íntimos tinham quase 3,5 vezes mais probabilidade de ter uma infecção bacteriana e 2,5 vezes mais chance de relatar uma infecção do trato urinário.
Já as que utilizavam lenços umedecidos apresentaram um risco dobrado de infecção do trato urinário. Aquelas que usavam lubrificantes ou hidratantes tinham 2,5 vezes mais chances de ter uma infecção por fungos. No entanto, o estudo não foi capaz de identificar se os produtos estavam causando as infecções ou sendo usados para curá-las e piorando a situação.
Higiene Íntima
Segundo os pesquisadores envolvidos no estudo, a vagina tem um mecanismo natural de auto-limpeza e por isso não é necessário usar mais do que água e sabão neutro para fazer a higiene íntima diária. Além disso, os sabonetes íntimos podem atrapalhar os níveis de pH da vagina, que deve estar entre 3,5 a 4,5, assim como ‘diluir’ as boas bactérias que colaboram na manutenção da saúde nessa região.
Outro problema associado a esse tipo de produto, especialmente os perfumados, é o aumento na ocorrência de vaginite. A ginecologista Maureen Whelihan, do Centro de Saúde e Educação Sexual da Flórida, nos Estados Unidos, alertou também para o fato de que a parte interna da vagina não precisa ser lavada.
De acordo com o Medical Daily, no que diz respeito ao cheiro, a vagina de cada mulher tem seu próprio aroma natural – que pode ser neutro ou levemente mofado devido ao suor -, o que é completamente normal. No entanto, se o cheiro for suspeito, incomumente pungente ou é sentido à distância, é aconselhável procurar um ginecologista, pois pode ser um sinal de infecção.
“Se o funcionamento do micro bioma vaginal está anormal, isso pode indicar problemas de saúde, como doença inflamatória pélvica, câncer do colo do útero, fertilidade reduzida, gravidez ectópica – quando o embrião se forma fora do útero -, infecções bacterianas e sexualmente transmissíveis”, explicou Kieran O’Doherty, professor de psicologia da Universidade de Guelph, no Canadá.