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Procurador peruano diz que Chávez e empreiteiras brasileiras financiaram Humala

O ex-presidente venezuelano e as empresas Odebrecht e OAS teriam contribuído com milhões de dólares para financiar caixa-dois da campanha de Ollanta Humala

Um procurador peruano disse na noite de quinta-feira que o ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez e as empreiteiras brasileiras Odebrecht e OAS financiaram ilegalmente campanhas eleitorais do presidente do Peru, Ollanta Humala. O procurador Germán Juárez investiga a primeira-dama Nadine Heredia, co-fundadora e atual presidente do partido de Humala, por possível envolvimento em contribuições de campanha não declaradas. Ele pediu a um juiz para proibi-la de deixar o Peru.

Humala possui imunidade presidencial contra investigação até cinco anos após o fim de seu mandato, que começou em 2011 e se encerra em 28 de julho. Não houve acusações formais até o momento. Segundo Juárez, um informante deu a procuradores uma carta assinada por Chávez destinada a Humala que menciona cerca de 2 milhões de dólares (quase 8 milhões de reais) em “investimentos” na primeira candidatura presidencial de Humala, em 2006. “Queime qualquer evidência, irmão, para o bem de todos nós. Isto é ajuda revolucionária, socialista”, disse a carta, lida por Juárez em audiência televisionada.

 

O presidente peruano tinha Chávez como mentor, mas após a derrota na eleição presidencial de 2006, manteve distância do venezuelano e mudou da postura, adotando um estilo mais moderado, inspirado pelo ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o procurador, outro informante afirmou que as empreiteiras brasileiras Odebrecht e OAS, ambas envolvidas no esquema de corrupção investigado pela operação Lava Jato, entregaram centenas de milhares de dólares para Humala e a mulher, além de terem pago um assessor ligado ao PT para ajudar na campanha de Humala em 2011.

A Odebrecht, que venceu licitação para um gasoduto de 5 bilhões de dólares (cerca de 20 bilhões de reais) no Peru durante o governo Humala, se recusou a comentar a acusação do procurador, e a OAS não respondeu às perguntas da agência Reuters. Humala nega ter recebido recursos de Chávez e das empreiteiras.

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