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Procurador-geral do Equador denuncia ameaças por caso Odebrecht

Em janeiro, o presidente equatoriano Lenín Moreno anunciou que seu vice-presidente Jorge Glas havia perdido o cargo, três meses após ser detido por receber subornos da construtora brasileira Odebrecht

 

O procurador-geral do Equador, Carlos Baca, denunciou nesta segunda-feira ameaças contra ele supostamente relacionadas à investigação sobre a trama de corrupção da empresa brasileira Odebrecht no país.

Em pronunciamento à imprensa, Baca disse que “se acontece algo com minha mulher, meus filhos, meus irmãos, minha família, comigo, com meus colaboradores, eu responsabilizo esses desqualificados por qualquer atentado, qualquer acidente”. Ainda acrescentou que “independentemente de que eu me mantenha como procurador-geral do Estado, o Equador inteiro deve conhecer essa evidência da aliança para impedir que continuemos combatendo a corrupção”.

A autoridade ainda reproduziu uma gravação, na qual se escutam dois homens. Um deles diz que Baca não pode seguir no cargo porque “é um perigo” por suas investigações. O procurador não identificou os homens que conversam, mas as vozes pertenceriam ao presidente da Assembleia Nacional, José Serrano, e ao ex-controlador Carlos Pólit, foragido nos Estados Unidos.

Em sua conta no Twitter, Serrano publicou: “Buscando como ‘cuidar’ do cargo ‘presenteado’ a dedo; hoje tentam me intimidar Enfrentei milhares de delinquentes arriscando minha própria vida por meu país…se for necessário enfrentar um ou milhares de outros continuarei a fazer”.

Na semana passada, Pólit revelou supostos documentos que incriminam Baca em irregularidades na investigação do levante policial de setembro de 2010 contra o então presidente Rafael Correa (2007-2017). Baca não falou se a gravação será prova de alguma acusação formal contra os supostos envolvidos.

Em janeiro, o presidente equatoriano Lenín Moreno anunciou que seu vice-presidente Jorge Glas havia perdido o cargo, três meses após ser detido por receber subornos da construtora brasileira Odebrecht. Em dezembro, Glas foi condenado a seis anos de prisão por associação ilícita para delinquir. Segundo a sentença da Corte Nacional de Justiça, Glas facilitou contratos públicos em troca do pagamento de propinas da Odebrecht.

Também foram condenados Glas e outros oito suspeitos a pagar US$ 33,5 milhões, o montante que a companhia brasileira admitiu ter entregado como suborno a funcionários públicos em troca da concessão de obras.

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