O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, afirmou que é preciso disparar “na vagina” de mulheres integrantes de um grupo terrorista do país, um comentário revelado nesta segunda-feira e já condenado por organizações locais e internacionais.
“Digam aos soldados: há uma nova ordem. Não te mataremos. Te dispararemos na vagina”, disse Duterte em uma reunião com antigos militantes do Novo Exército do Povo (NEP), uma guerrilha comunista que se encontra nas listas de grupos terroristas dos Estados Unidos e da União Europeia.
O chefe de Estado, que pronunciou essas palavras no último dia 7, embora seu conteúdo só tenha sido revelado hoje em uma transcrição oficial, acrescentou que as insurgentes do NEP “sem vagina, seriam inúteis”, um comentário que foi qualificado de “misógino” pela Human Rights Watch (HRW) e várias ONGs filipinas.
“(Duterte) está incitando as forças estatais a cometer atos de violência sexual durante os conflitos armados, o que constitui uma violação do direito humanitário internacional”, declarou a HRW em sua nota de protesto.
Em outro comunicado, a organização feminista filipina Gabriela comentou que Duterte “fomenta abertamente a violência contra as mulheres, contribui para sua impunidade e se confirma como o macho fascista mais perigoso no governo neste momento”.
O presidente filipino, de 72 anos, mulherengo confesso e conhecido pelos seus habituais discursos fora de tom, já foi alvo de polêmica em numerosas ocasiões por comentários considerados sexistas, misóginos ou depreciativos contra as mulheres.
Antes de chegar à presidência, em junho de 2016, causou fortes protestos por contar uma piada sobre uma monja australiana violentada e assassinada durante um motim em uma prisão em 1989 e mais recentemente se mostrou disposto a oferecer “42 virgens” a cada turista que visitasse a Filipinas.