Executivo alega corte de gastos para fechar posto no Centro de Piraju (SP).
Moradores questionam mudança e reclamam da demora para novo prédio.
A Prefeitura de Piraju (SP) fechará o Posto de Saúde da Família (PSF) do Centro a partir de 1° de agosto. O Executivo alega corte de gastos para investir na construção do novo prédio para abrigar o posto na mesma região. A previsão de entrega do novo local é para março do ano que vem, uma data muito distante, reclamam moradores. “Não vejo o porquê de tirar o posto de um bairro onde ele está instalado há anos, um bairro populoso, para transferi-lo a uma localidade bem mais longe?”, questiona o funcionário público Mércio Lopes da Silva.
A previsão inicial para a inauguração do posto era novembro deste ano, mas segundo a prefeitura e a empreiteira responsável pela obra houve problemas no recebimento das parcelas do repasse federal para a construção: dos R$ 475 mil necessários, até agora eles receberam só R$ 90 mil, afirma a empresa.
O Ministério da Saúde afirma que a segunda parcela já foi aprovada e segue trâmite interno para processo de pagamento junto ao Fundo Nacional de Saúde. A terceira parcela será paga quando o gestor local comprovar conclusão das obras e início das atividades da nova unidade.
Enquanto isso, os 3 mil usuários mensais do PSF central serão distribuídos entre cinco postos de saúde na cidade: PSF da Vila São José, da Vila Jurumirim, da Vila Cantizani e o mais distante deles, o da Vila São Pedro, além do Centro de Saúde Doutor Luis Ferreira, o “postão”, que receberá pacientes da área rural.
A diretora de Saúde de Piraju, Cristiana Tonini, afirma que a medida de fechar o posto central é necessária pela atual situação financeira do Executivo. “O prédio onde está locado o PSF do Centro é alugado, é o único da prefeitura que ainda não é próprio. Já o prédio onde vai ser a sede do PSF está sendo construído, e para redução de gastos estamos transferindo a população temporariamente até que a sede fique pronta.”
Ainda segundo ela, as unidades que receberão os novos usuários não ficarão sobrecarregadas. “Nada tem sido feito sem análise prévia. Foi criada uma comissão para tomar essas decisões, e tudo foi feito no bem estar do usuário. O único pedido da gente é que tenha paciência, porque eles voltarão a ser atendidos próximos às residências”, alega.
Mas a medida desagradou muitos moradores. A dona de casa Denize Micarelli, por exemplo, recolheu assinaturas de pacientes que são contrários ao fechamento da unidade do Centro, enquanto a outra não esteja pronta. “Muitos até agora não sabem para ondem vão, inclusive alguns moradores receberam comunicado que entre 30 e 31 de julho a unidade já vai estar fechada”, diz.
Outro caso é do serralheiro Danilo de Souza e a esposa Juliana. Ela está na cadeira de rodas e precisa de cuidados especiais. Por isso, ficar mais distante do posto de saúde dificultará para buscar o atendimento. “Todo mês ela tem que pedir receita, visitar médico, e isso vai dificultar muito para andar mais. A prefeitura, Secretaria de Saúde e a diretora de Saúde não viram isso. Podem até ter visto, mas não deram atenção aos idosos e aos deficientes físicos”, reclama.