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Por mais crédito e menos taxas, Banco Central estuda regular as fintechs

O conjunto de regras dará algum norte à atuação das empresas de crédito, formalizando a concorrência aos bancos tradicionais

BC: apesar de melhora no cenário econômico, o crédito segue escasso e o spread bancário continua a desencorajar a tomada de empréstimos (/)

Com as pautas econômicas travadas em Brasília, como a privatização da Eletrobras, o governo passa a se mexer em outras frentes para criar alguma agenda positiva. Nesta quinta-feira, o Banco Central deve apreciar uma proposta de regulamentação para fintechs nacionais em reunião do Conselho Monetário Nacional.

O conjunto de regras dará algum norte à atuação das empresas de crédito, formalizando a concorrência aos bancos tradicionais.

O mercado de crédito no Brasil passa por um momento de debates. Mesmo com o fim da recessão, uma retomada do emprego e principalmente uma queda forte da taxa básica de juros nos últimos meses, o crédito segue escasso e o spread bancário continua a desencorajar a tomada de empréstimos.

O resultado é uma retomada do consumo e dos investimentos aquém do previsto, que tem levado a revisões para baixo na previsão de crescimento para 2018. Economistas já projetam um crescimento do PIB mais perto dos 2,5% no ano.

A esperança de colaboração dos parlamentares em Brasília também arrefeceu. O cadastro positivo travou em mais uma sessão da Câmara dos Deputados. A proposta passou a ter forte oposição até de partidos da base aliada, preocupados com o uso irrestrito dos dados de consumidores por tomadoras de empréstimo.

“Eu sou favorável ao cadastro positivo, mas sou favorável que o banco dê informação da nota do cliente para o birô [de crédito]”, disse o deputado Celso Russomanno (PRB-SP) ao G1. “Da nota para a quebra do sigilo existe uma grande lacuna.”

O jeito é apelar ao Banco Central. Uma regulamentação das fintechs pressionaria os bancos a cobrar juros menores, ao menos na teoria. A queda de juros foi aproveitada nos últimos meses para garantir o lucro das instituições, que aumentaram o spread mediante o risco de inadimplência.

Um estudo da Fiesp divulgado ontem diz que o aumento das taxas fará os brasileiros pagar, entre 2017 e 2022, 1,04 trilhão de reais a mais em juros.

No ano passado, a diferença entre juros captados e cobrados foi de 54,6 pontos percentuais ao ano, ante 34,5 pontos percentuais ao ano, em média, entre 2012 e 2014.

A ver se o Banco Central dá mais um passo no estímulo à concorrência.

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