Criminosos instalavam mecanismo capaz de travar cartões em caixas eletrônicos; depois, orientavam vítimas com falso passo a passo para desbloqueio, anotavam dados e furtavam cartão
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, neste fim de semana, um casal apontado como integrante de quadrilha especializada em crimes de furto mediante fraude e estelionato em diversas regiões do Brasil. Os criminosos instalavam, em terminais de autoatendimento, um mecanismo capaz de travar cartões, e, depois, enganavam idosos com orientações falsas para “soltar” o cartão da máquina. Por meio de um roteiro criado para a aplicação do golpe, furtavam o cartão e tinham em mãos os dados pessoais das vítimas.
Entenda o golpe
Depois que o cartão estava travado na máquina, a mulher se aproximava e persuadia os idosos com orientações incorretas para um suposto desbloqueio. Em seguida, informava o número de uma falsa central de atendimento. O contato, no entanto, era do homem, que se posicionava estrategicamente do lado de fora da agência.
Ao receber a ligação, o criminoso atendia, fingia ser funcionário do banco e orientava os idosos a digitar os dados pessoais no terminal. Enquanto isso, a mulher, que permanecia junto à vítima, anotava todos os acessos. Segundo o delegado Antônio Dimitrov, da 1ª DP, o casal aplicou, em julho, um golpe com prejuízo de R$ 15 mil na região da Asa Sul.
— A criminosa anotava os dados, enquanto a vítima realizava a suposta operação. Em seguida, a mulher distraía a vítima, enquanto o comparsa entrava na agência e subtraía o cartão da máquina, deixando outro no local — explica.
Com o cartão da vítima e os dados em mãos, os integrantes da quadrilha realizavam diversas movimentações, entre elas transferências para contas de laranjas e compras de produtos com alto valor.
Segundo a polícia, a quadrilha lesou pessoas em pelo menos cinco estados — Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo, Goiás e Distrito Federal — entre os meses de agosto e setembro.
O casal foi preso enquanto se deslocavam para Brasília, onde cumpririam regras relacionadas à liberdade provisória, já que cumprem pena em um processo ligado ao mesmo crime que continuaram aplicando.