19.5 C
Brasília
HomeAconteceuPolícia Civil do DF faz operação contra grupo que oferecia serviços de...

Polícia Civil do DF faz operação contra grupo que oferecia serviços de cartório falsos

Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em São Sebastião, Recanto das Emas, São José do Rio Preto (SP), Valparaíso (GO) e Anápolis (GO). Departamento oferecia atendimentos totalmente digitais e não exigia apresentação de documento original.

Polícia Civil do DF deflagra operação contra organização criminosa que oferecia serviços de cartório falsos — Foto: PCDF/Divulgação

A Polícia Civil do Distrito Federal, com o apoio das polícias Civis de São Paulo e de Goiás, deflagrou, nesta quinta-feira (1º), uma operação que investiga grupo que oferecia serviços falsos de cartório. Os investigadores cumprirram cumpriu 11 mandados de busca e apreensão em São Sebastião, Rencanto das Emas, São José do Rio Preto (SP), Valparaíso (GO) e Anápolis (GO).

Os agentes apreenderam documentos, celulares e computadores, com o objetivo de desarticular a organização criminosa. A investigação da PCDF começou há cerca de dois anos, depois que a delegacia de São Sebastião prendeu uma organização criminosa de grilagem de terra na região.

No material apreendido pelos agentes, foi identificado um cartório que fazia serviços pela internet. No entanto, o departamento era falso, e não exigia a apresentação de nenhum documento original para os serviços.

Segundo a polícia, apenas com uma cópia de documento era possível, por exemplo, reconhecer firma, autenticar o RG e uma certidão de óbito. O serviço facilitava os golpes para estelionatários.

De acordo com a investigação, tudo era feito de forma ilegal e contava com o suporte de um cartório, regularizado, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo.

Como funcionava o esquema

 

Organização criminosa que oferecia serviços de cartório falsos, no DF — Foto: PCDF/Divulgação

Organização criminosa que oferecia serviços de cartório falsos, no DF — Foto: PCDF/Divulgação

O serviço era feito de forma digital. O cliente podia enviar a cópia de um documento, em PDF, por e-mail ou Whatsapp para o cartório, que repassava a documentação nos mesmos moldes para o cartório oficial no interior de São Paulo.

Lá, era feita a autenticação e o documento autenticado voltava para o cartório digital ,que enviava tudo para o cliente. O serviço ficava pronto, em menos de 10 minutos, ao custo de R$ 10.

De acordo com o delegado do caso, Ulysses Luz, a conduta desses criminosos coloca em risco a fé pública. “Através de documentos que foram autenticados sem que haja a prévia conferência com o original, indivíduos conseguem abrir conta em nome de terceiros, fazer empréstimos em nome de terceiros, tomar posse em cargos públicos através de diplomas que não são verdadeiros, e também a possibilidade de você declarar mortas pessoas que estão vivas”, explica.

“O recado que fica é para que a população não confie nesses cartórios que prometem serviço 100% digital, que prometem uma vantagem muito grande, que prometem uma resolução da demanda num tempo muito curto. Em caso de dúvida, o indivíduo pode acessar o site do Tribunal de Justiça do Distrito Federal , que lá consta todas as serventias que estão devidamente autorizadas para realizar os serviços cartoriais”, afirma o delegado.

Segundo o a investigação, além do suspeito de chefiar o grupo aqui no DF, o tabelião, o tabelião substituto, e dois escreventes de São José do Rio Preto também são suspeitos de envolvimento no crime. A operação da PCDF teve o apoio da corregedoria do Tribunal de Justiça de São Paulo que afastou os investigados, inclusive o tabelião.

Se condenados, os investigados podem responder por falsidade ideológica, corrupção passiva, crime contra o consumidor e organização criminosa.

Veja Também