Investigação apura contratos milionários firmados entre a prefeitura e empresas ligadas a amigos e parentes do chefe do Executivo e de agentes públicos municipais

A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR), deflagrou, nesta terça-feira (18/3), uma operação decorrente de inquérito policial que apura diversos crimes praticados contra a administração pública municipal da Cidade Ocidental entre os anos de 2017 e 2024, tais como, corrupção ativa e passiva, peculato, fraudes em licitações e contratos administrativos, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Foram cumpridos 32 mandados de busca e apreensão nos municípios de Cidade Ocidental, Valparaíso, Novo Gama, Luziânia e no Distrito Federal. A operação contou com a participação da Polícia Civil do Distrito Federal.

A investigação apura contratos milionários firmados entre a prefeitura e empresas ligadas a amigos e parentes do chefe do Executivo e de agentes públicos municipais. Foram constatadas irregularidades em setores como manutenção de veículos da prefeitura, locação de automóveis, informática, obras públicas e monitoramento de espaços municipais.
Segundo a Polícia Civil, muitos contratos foram firmados com sobrepreço, sem justificativa ou com dispensa irregular de licitação, além de aditivos contratuais que aumentaram indevidamente os valores pagos.
“Alguns agentes públicos investigados apresentaram evolução patrimonial incompatível com os rendimentos e ostentavam em redes sociais sinais de enriquecimento ilícito”, informou a corporação.
O prejuízo estimado chega a R$ 59,1 milhões, distribuídos entre 10 empresas, sendo a maioria pertencente a grupos empresariais ligados a agentes públicos.
A operação foi nomeada como “Pacto sistêmico”. O nome faz referência a um suposto esquema de corrupção sistêmica envolvendo recursos municipais, estaduais e federais ao longo de oito anos.