O governo tem como meta digitalizar todos os serviços até 2022. Até agora, já foram adaptados 2.481 dos 3,9 mil serviços
Mais de 84 milhões de brasileiros já utilizam os serviços digitais do governo federal por meio do endereço gov.br, o equivalente a 62% dos usuários de internet no País. A plataforma integra, em um único cadastro, acessos para o Meu INSS, carteira de trabalho digital, carteira digital de trânsito, entre outros serviços. O número é mais de 40 vezes o registrado no início de 2019, quando apenas 2 milhões utilizavam a ferramenta.
O governo tem como meta digitalizar todos os serviços até 2022. Até agora, já foram adaptados 2.481 dos 3,9 mil serviços.
O secretário adjunto de Governo Digital do Ministério da Economia, Ciro Avelino, diz que o trabalho realizado até agora tem como impacto uma economia projetada de R$ 591 milhões ao ano para o governo, diante do menor custo para disponibilizar os serviços, e de R$ 1,54 bilhão ao ano para a população.
O cálculo da economia para a população leva em conta, por exemplo, a dispensa de uma visita presencial ao INSS, que demandaria gasto com transporte e uma possível espera (sem que a pessoa possa fazer outra atividade produtiva nesse tempo). “Ficou claro que governo digital será uma pauta de qualquer governo. É inevitável. Fica inviável ter um governo que não tenha ao menos disponibilização de canais digitais”, afirma.
Críticas
O secretário diz que as críticas de usuários têm sido levadas em conta para melhorar a plataforma. Dentro do órgão, há um departamento que faz sugestões de aprimoramento no sistema. Segundo Avelino, essa divisão já fez mais de 1 mil intervenções por meio de entrevistas e contato direto com usuários dos serviços digitais.
Avelino garante que há o cuidado de adaptar as ferramentas às necessidades do usuário, mesmo quando o público-alvo não é o mais acostumado com o uso de tecnologias. Ele cita como exemplo a prova de vida de beneficiários do INSS. Enquanto em alguns aplicativos, como no CPF digital, a verificação de identificação é feita apenas no modo “selfie”, o governo pretende na prova de vida habilitar o uso da câmera traseira para que o beneficiário, geralmente idoso, possa ter ajuda.
Dos 40 serviços mais usados pelos brasileiros, apenas quatro ainda não foram totalmente digitalizados e um está em transformação (o da prova de vida). Já é possível fazer pedido de seguro-desemprego, obter carteira de trabalho, sacar o abono salarial e obter passaporte por meio digital. Os quatro pendentes dessa lista são acessar o benefício garantia-safra, registrar-se como pescador artesanal (habilitado ao seguro-defeso), cadastrar-se na base de dados da agricultura familiar e acessar o Progredir Jovem (programa de qualificação de mão de obra pelo Sistema S).
Treze Estados e 74 municípios que já se integraram ao gov.br também disponibilizam ali a resolução de seus serviços, como, por exemplo, solicitações de limpeza urbana e pagamento do IPVA.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.