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Placas de acesso à ponte Costa e Silva são pichadas

Após mudança de nome do elevado, que fica no Lago Sul, vândalos usaram spray de tinta vermelha para cobrir nome do ex-presidente
MICHAEL MELO/METRÓPOLES

As placas de acesso à Ponte Costa e Silva, antiga Honestino Guimarães, voltaram a ser pichadas. Dessa vez, os vândalos usaram spray de tinta vermelho para cobrir o nome do ex-presidente. Uma terceira placa, na via L4, também foi pintada.

A ponte passou a se chamar Honestino Guimarães no ano de 2015, em homenagem ao líder estudantil desaparecido. O deputado distrital Ricardo Vale (PT) apresentou o projeto de lei, aprovado pela Câmara Legislativa e sancionado no mesmo ano pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB).

Em novembro de 2018, por decisão unânime do Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), porém, a ponte voltou a se chamar Costa e Silva. Recentemente, o governo instalou as novas placas com o nome do ex-presidente, que já foi pichado.

 

MICHAEL MELO/METRÓPOLES

Pichações

Planejada por Oscar Niemeyer e inaugurada em 1976, a ponte tem 400 metros de extensão. Ela liga a L4 Sul à QI 10 do Lago Sul. É um dos três elevados que cortam o Lago Paranoá. Os outros dois são as pontes das Garças e a JK.

O nome da Costa e Silva sempre foi alvo de controvérsias. O primeiro incidente ocorreu em 3 de outubro de 2015, quando um grupo se reuniu em frente à ponte em protesto contra a mudança no nome. Os manifestantes levaram faixas e cartazes.

Apenas no primeiro semestre de 2016, a placa, que na época levava o nome de Honestino, foi coberta mais de oito vezes.  As pichações continuam a se repetir em 2018, depois da mudança para Costa e Silva.

Conheça os personagens dessa história

Honestino Guimarães

  • Nasceu em 28 de março de 1947, na pequena Itabiraí (GO).
  • Mudou-se para Brasília com a família em 1960.
  • Em 1965, antes de completar 18 anos, garantiu a primeira colocação no vestibular da UnB.
  • De 1966 a 1967, foi preso por quatro vezes devido à atuação no movimento estudantil.
  • Eleito presidente da UNE em 1971.
  • Integrou a Ação Popular Marxista-Leninista.
  • Desapareceu no Rio de Janeiro em 10 de outubro de 1973, aos 26 anos. A família não soube o que aconteceu com Honestino. O Estado brasileiro já o declarou morto, mas o corpo nunca foi encontrado.


Artur da Costa e Silva

  • Nasceu em 3 de outubro de 1889, na cidade gaúcha de Taquari.
  • Estudou na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Armada e na Escola de Estado-Maior do Exército.
  • Integrou do movimento tenentista em 1922, quando acabou preso e anistiado. Dez anos depois, participou da Revolução Constitucionalista, que aconteceu em São Paulo.
  • Ao lado de Castello Branco, Costa e Silva foi um dos principais articuladores do golpe de 1964, que depôs o presidente João Goulart.
  • Nomeado para o ministério da Guerra durante a gestão de Castello Branco.
  • Foi eleito presidente da República em 3 de outubro de 1966.
  • Editou o AI-5, símbolo do momento mais duro dos anos de chumbo no país.
  • Morreu no Rio de Janeiro em 17 de dezembro de 1969, aos 80 anos, de trombose cerebral.
 Fonte: Metrópoles
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