Na abertura da Jornada Mundial do Meio Ambiente, o papa Francisco lamentou a “depredação” e a “violência” que destrói o planeta
O papa Francisco lamentou a “depredação” e a “violência” com a qual se destrói o planeta e fez um apelo para construir um mundo “mais habitável” e “humano”, nesta sexta-feira (05) na Jornada Mundial do Meio Ambiente celebrada na Colômbia.
“Não podemos permanecer calados diante do clamor quando observamos os altíssimos custos da destruição e exploração do ecossistema”, escreveu o papa argentino em uma carta enviada ao presidente da Colômbia, Iván Duque, e divulgada pelo Vaticano.
“Não é hora de continuar olhando indiferente para o outro lado diante dos sinais de um planeta depredado e violado, pela ganância do lucro e em nome —muitas vezes— do progresso”, alertou o pontífice aos presentes na jornada, todos virtualmente por conta da pandemia de coronavírus.
A jornada, na qual participam personalidades e defensores da ecologia, será dedicada entre outras coisas à biodiversidade e à conservação do patrimônio natural
“Está em nós a possibilidade de investir na caminhada e apostar em um mundo melhor, mais saudável, para deixá-lo de herança para as gerações futuras. Tudo depende de nós; se realmente desejarmos isso”, advertiu o papa, autor há cinco anos do “Laudato Si”, a primeira encíclica sobre o assunto.
“As feridas causadas à nossa mãe natureza são feridas que também sangram em nós. O cuidado dos ecossistemas precisa olhar para o futuro, não pode tratar apenas do imediato”, reiterou na carta o chefe da igreja católica.
“Desejo que suas deliberações e conclusões sejam sempre a favor da construção de um mundo cada vez mais habitável e de uma sociedade mais humana”, pediu Francisco.
Foram organizados seis fóruns com especialistas mundiais, entre eles um sobre a conservação da Amazônia, uma questão prioritária para o papa argentino, que manifestou recentemente sua preocupação pelos povos indígenas da região devido à pandemia de COVID-19.
O papa convidou também os católicos a “refletir” sobre os apelos de sua encíclica, que pede uma “maior conscientização do cuidado e proteção de nossa Casa Comum, assim como de nossos irmãos e irmãs mais frágeis e excluídos da sociedade”.