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ONU alerta ao perigo do desaparecimento dos índios no Brasil

Indígenas protestam no Congresso Nacional contra a PEC 215. Camargo/Agência Brasil

A Comissão Econômica para América Latina e Caribe, órgão regional da ONU, fez um alerta sobre o risco do desaparecimento físico ou cultural dos povos indígenas, como está sendo observado no Brasil.

O informe “Os povos indígenas da América Latina: avanços nos últimos dez anos e o que falta fazer para garantir seus direitos”, de 128 páginas, foi divulgado na Conferência Mundial sobre os Povos Indígenas, em Nova Iorque.

Na América Latina existem perto de 45 milhões de indígenas, aponta o relatório. O México tem 17 milhões. Na proporção com o total de habitantes, a Bolívia ganha: 62% dos habitantes são indígenas.

Há 826 povos indígenas catalogados, 305 dos quais estão no Brasil. Aqui, só 0,5% da população é formada por índios.

Já houve milhões de indígenas, mas hoje são 896 mil. Quarenta por cento deles, mais de 300 mil, são índios brasileiros urbanos.

Por que nossos índios correm o risco de desaparecer? Segundo o relatório, os migrantes indígenas vivem na extrema pobreza, em áreas mais carentes das cidades, sem segurança. Por isso, têm muita dificuldade para preservar sua identidade e cultura. E sofrem discriminação de acesso aos serviços básicos e inclusão ao trabalho.

Suicídios

Na parte destinada ao Brasil, o informe da ONU aponta outra grave questão: o alto número de suicídios de índios. O informe aponta o estado do Amazonas, onde a população indígena é de 4,9% do total. Quando analisados os números dos suicídios, porém, os índios entram com 20,9% dos números.

No Mato Grosso do Sul, os índios representam 3% da população. Entre os suicidas, são 20%.

A maioria dos suicídios de índios no Brasil ocorre entre jovens.

Economia

O informe também lembra que ocorre a retirada de minérios, gás, soja, madeira e outras riquezas das terras indígenas.

As condições de insegurança alimentar da população indígenas são piores do que as dos outros.

A ONU recomenda: É preciso juntar os direitos dos povos indígenas ao modelo de governança dos recursos naturais.

Com informações do programa Trocando em Miúdo, da Rádio Nacional da Amazônia.

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