Omissão do governo do Estado com a segurança pública contribui para crimes cada vez mais frequentes por toda a cidade de São Paulo.
Os arrastões perto de pontes nas marginais dos rios Pinheiros e Tietê têm feito inúmeras vítimas, assim como a abordagem de criminosos a mulheres. Nos assaltos, com o uso de armas e pedras, nas vias mais movimentadas da capital, os ladrões pulam grades altas que separam os sentidos na avenida.
Em segundos, quebram os vidros dos automóveis para levar celulares, bolsas e carteiras, aterrorizando motoristas e passageiros.
Os bandidos aproveitam os horários de pico pela manhã e à tarde para agir em meio ao congestionamento e contam com a ausência total de policiamento.
Os casos, divulgados até nas redes sociais pelas próprias vítimas, são cada vez mais frequentes e parecem não fazer diferença para as autoridades paulistas.
Um dos locais preferidos dos assaltantes fica na Marginal Pinheiros, na ponte do Morumbi, sentido avenida Roque Petroni Júnior.
Em entrevista a Izilda Alves, um motorista descreveu uma ação nesta terça-feira e relatou que os assaltos e a falta de policiais são frequentes no local: “quatro elementos andando na Ponte do Morumbi. Os carros parados ali. Ele preferia carros com mulheres. Não é a primeira vez que isso acontece nessa região. Isso acontece geralmente em horário de pico”.
Um vídeo mostra cerca de seis indivíduos com bonés e mochilas nas costas pulando o gradil e atirando pedras para quebrar os vidros dos carros.
Na sequência, os marginais colocam parte do corpo dentro do automóvel e roubam tudo o que conseguem dos motoristas. Depois, novamente pulam o gradil e aguardam novas vítimas, de preferência, mulheres sozinhas nos veículos.
Falando a Felipe Palma, integrante da Comissão de Segurança dos Moradores do Morumbi disse que os crimes ocorrem perto do Palácio dos Bandeirantes: “me parece que isso não incomoda o nosso governador, porque o problema de gestão pública relacionado à segurança é um caos em São Paulo”.
Outro ponto escolhido pelos assaltantes fica próximo à ponte João Dias, nos dois sentidos, também com o uso de pedras.
Outro crime que têm assustado a população é a abordagem a mulheres por um homem com um distintivo falso da polícia.
Na última sexta-feira, esse indivíduo parou o carro de uma motorista que saía do estacionamento da Casa Santa Luzia, na Alameda Lorena, nos Jardins. Ele parou o carro pedindo os documentos da mulher e, em seguida, praticou sequestro-relâmpago e abusou da vítima.
Ela ficou cerca de três horas em poder do bandido, que a obrigou a sacar mil reais de um caixa eletrônico no centro da cidade.
Outra possível vítima, que conseguiu escapar dessa modalidade de assalto, contou como tudo aconteceu, desta vez, próximo ao parque Ibirapuera: “eu estava perto do Círculo Militar e chegou um cara com carteira de delegado, ele foi do lado do passageiro, botou no vidro e dizia para abrir o carro e eu não abri. Ele desistiu de mim e foi para outro carro”.
Um vídeo mostrando a abordagem da mulher no empório de luxo dos Jardins foi divulgado na edição desta terça-feira (10), do Jornal da Manhã.
O delegado da Polícia Civil Oswaldo Nico Gonçalves esclareceu que mostrar o distintivo nesta situação não é habitual e faz recomendações à população: “isso não existe. Sempre com viatura e agentes de autoridade do lado. Se a pessoa vier com uma dessa chame 190, 181 e não pare, continue andando”.
O delegado Oswaldo Nico Gonçalves reforça a importância do registro do boletim de ocorrência em casos de assalto.
Os fatos relatados pelas vítimas são de responsabilidade da segurança pública e exigem providências enérgicas do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.