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OCDE piora projeção para PIB do Brasil em 2016 e 2017

Segundo a entidade, atividade econômica recuará 4,3% este ano e 1,7% no ano que vem. Projeção anterior era de queda de 4% em 2016, seguida por estabilidade em 2017

Incerteza política e revelações de corrupção atrapalham crescimento do país, diz OCDE (Germano Luders/VEJA)
Incerteza política e revelações de corrupção atrapalham crescimento do país, diz OCDE (Germano Luders/VEJA)

A recessão econômica brasileira deve ficar ainda mais forte este ano e se estender por 2017, segundo estimativas divulgadas nesta quarta-feira pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo a entidade, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cairá 4,3% este ano e recuará 1,7% em 2017, devido à incerteza política e revelações de corrupção que minam a confiança do setor produtivo nas instituições do país.

As novas projeções, que constam de relatório semestral, são bem piores do que as anteriores, divulgadas em 18 de fevereiro, quando a OCDE esperava uma retração de 4% do PIB em 2016, seguida por estabilidade em 2017.

A entidade frisa que as profundas divisões políticas e a crise institucional, que não considera superada com o afastamento da presidente Dilma Rousseff, reduziram as esperanças em reformas que permitam melhorar a situação do país. Ao mesmo tempo, a entidade aponta que a dívida pública não para de crescer.

A consequência econômica mais visível é a perda de confiança, o que se traduzirá em novas reduções do consumo: após queda 4% em 2015, projeta-se recuo de 4,8% em 2016 e 3,5% em 2017. E o caso é ainda mais grave em relação aos investimentos: redução de 14,1% em 2015, 14% em 2016 e 4,5% em 2017.

Os autores do relatório, não mencionaram números, mas advertiram que o desemprego vai continuar crescendo – quase 2 milhões de vagas formais já foram fechadas nos últimos 12 meses.

Ainda de acordo com a OCDE a inflação só deve começar a cair mais evidentemente em 2017. A despeito da recessão persistente, a entidade prevê que os preços ao consumidor devem subir 9,2% em 2016 e a inflação só voltará para dentro da meta em 2017.

“A inflação anual cai lentamente enquanto a recessão reduz a pressão inflacionária e o forte aumento dos preços administrados no começo de 2015 começam a sair da janela de 12 meses. Ainda assim, a inflação continua bem acima do teto da meta de 6,5%”, cita.

 

O único elemento positivo no cenário atual são as exportações, favorecidas pela desvalorização do real, de quase 20% nos últimos 12 meses. Assim, após o salto de 6,1% conseguido no ano passado, estima-se um aumento de 1,3% neste ano e de 4,5% no seguinte.

A OCDE lembrou que a crise política pode piorar ainda mais o panorama, em caso de prolongamento da incerteza, já que a recessão poderia chegar a 2018.

Mas também destacou que, se a crise for resolvida rapidamente e houver consenso sobre as reformas necessárias, a confiança poderia ser recuperada, e a economia voltaria a crescer a partir do próximo ano. Segundo a OCDE, as reformas estruturais têm um “potencial significativo” para favorecer esse crescimento.

(Com agência EFE)

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