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Obesidade e diabetes dobram o risco de ter um filho autista

O novo estudo mostra também que a saúde da mãe antes da gestação pode afetar a do bebê

Mulheres com obesidade e diabetes, mesmo antes da gestação, correm um risco aumentado de ter um filho com alguma deficiência intelectual e têm até quatro vezes mais probabilidade de ter uma criança com autismo (Thinkstock/VEJA)
Mulheres com obesidade e diabetes, mesmo antes da gestação, correm um risco aumentado de ter um filho com alguma deficiência intelectual e têm até quatro vezes mais probabilidade de ter uma criança com autismo (Thinkstock)

 

Filhos de mães obesas e diabéticas têm uma probabilidade quatro vezes maior de serem diagnosticados com transtorno do espectro autista, em comparação com aqueles cujas mães não têm nenhuma das condições. É o que diz um estudo publicado recentemente na revista científica Pediatrics.

Embora a obesidade e o diabetes já sejam condições que separadamente aumentam o risco de desenvolvimento da síndrome, o novo estudo mostrou que, quando combinadas, essa probabilidade dobra.

Os pesquisadores da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, nos Estados Unidos, analisaram os registros de 2.734 crianças nascidas no Centro Médico de Boston (EUA). Nos prontuários havia informações sobre a saúde das mães antes e durante a gestação. Os autores também acompanharam as crianças até o início da infância, quando o autismo geralmente é diagnosticado.

 Os resultados mostraram que as crianças cujas mães eram obesas antes da gravidez corriam o dobro de risco de serem diagnosticadas com autismo, quando comparadas com aquelas de mães com peso considerado normal. Mulheres com diabetes antes da gestação ou que desenvolveram diabetes gestacional também tinham duas vezes mais chance de ter um filho com autismo, em comparação com aquelas sem a condição.

No entanto, esse risco foi ainda maior quando as duas condições estavam juntas. O risco de ter um filho com autismo nestes casos era quatro vezes maior, do que o daquelas sem nenhum dos problemas de saúde. Os pesquisadores também descobriram que diabetes e obesidade aumentava o risco de deficiência intelectual na criança.

“Nossa pesquisa mostra que o risco de autismo começa no útero. Agora é importante para nós tentar entender o que há na combinação de diabetes e obesidade que está potencialmente contribuindo para uma saúde fetal aquém do ideal”, disse Daniele Fallin, coautora do estudo.

De acordo com os pesquisadores, obesidade e diabetes são condições que, em geral, já estressam o corpo humano. Pesquisas anteriores sugerem que a obesidade em gestantes pode estar associada com uma inflamação no desenvolvimento cerebral do feto. Outros estudos sugerem que mulheres obesas têm menos ácido fólico, um tipo de vitamina B vital para a saúde e desenvolvimento humano.

“Talvez nós precisemos considerar não somente a saúde na gravidez, mas também na pré-gravidez para prevenir o autismo”, disse Daniele.

Diante destes resultados os autores sugerem que mulheres em idade reprodutiva que estão pensando em engravidar lembrem que diabetes e obesidade são condições que podem afetar também a saúde do bebê. Uma melhor administração destas condições pode ter um impacto benéfico e duradouro na vida de ambos.

Autismo – Transtorno do espectro autista é um grupo de deficiências marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico que podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente. São elas: dificuldade de comunicação, de interação, de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo. Segundo dados do Centro e Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, uma em cada 68 crianças americanas tem autismo.

(Da redação)

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