A pandemia deu um impulso na digitalização dos meios de pagamentos, como mostra novo estudo feito pelo Capterra, do grupo Gartner
Não foram só as empresas que precisaram correr para se adaptar a novas tecnologias com a chegada da pandemia do novo coronavírus. A quarentena mudou a forma com que as pessoas consomem e usem meios de pagamentos. Pesquisa feita pelo Capterra, empresa do grupo Gartner, mostra que houve um crescimento de 32% no volume de pagamentos feitos por dispositivos móveis no Brasil.
Com um aplicativo que armazena cartões virtuais instalado no smartphone, os consumidores conseguem fazer pagamentos em lojas físicas e virtuais. Para que a modalidade de pagamento com celular funcione no varejo tradicional, os estabelecimentos precisam estar equipados com maquininhas de cartão com a tecnologia NFC, que permite a leitura dos dados somente pela aproximação do smartphone.
A pesquisa do Capterra ouviu 1.002 entrevistados de todas as regiões do Brasil entre os dias 14 e 21 de julho. Segundo o estudo, 46% dos entrevistados usavam os aplicativos de pagamento regularmente antes da crise. Depois da pandemia, 61% reportaram que usam a tecnologia no dia a dia. No total, 83% dos entrevistados afirmam ter pelo menos um aplicativo do tipo instalado no dispositivo.
O número de pessoas que têm a carteira digital no celular e não a utiliza caiu. Antes da pandemia, 18% dos entrevistados não usavam a modalidade de pagamento, contra 5% no cenário atual. Ao todo, 96% dos consumidores que possuem os aplicativos de carteira digital instalados pretendem seguir ou começar a utilizar a tecnologia contactless após o fim da pandemia.
O principal motivo para a adoção desse meio de pagamento nos últimos meses é a facilidade de não precisar encostar em nenhuma superfície potencialmente contaminada pelo vírus. 28% dos entrevistados pelo Capterra disseram que o pagamento totalmente sem contato é a principal vantagem desse tipo de aplicativo.
Novas tecnologias a caminho
Para acelerar ainda mais essa revolução dos meios de pagamento, em novembro, será lançado no Brasil o Pix. O sistema de pagamentos instantâneos foi desenvolvido pelo Banco Central para que empresas e consumidores possam fazer transferências de dinheiro em apenas 10 segundos em qualquer dia da semana ou horário.
O Pix deve substituir o DOC e o TED, que estão limitados ao horário comercial e custam cerca de 10 reais por transação. Com isso, o Banco Central quer estimular a competição no mercado de meios de pagamentos e democratizar o acesso dos brasileiros ao sistema financeiro.