Há ainda mais de 7.000 feridos. Falta de comunicação e estradas bloqueadas dificultam o trabalho de resgate e a precisão de informações
O número de mortos após o forte terremoto de 7,3 graus na escala Richter que assolou na noite deste domingo a região da fronteira entre Irã e Iraque aumentou hoje para 400 e para mais de 7.000 feridos, segundo a imprensa iraniana. As autoridades locais mobilizaram todos os corpos de segurança para acelerar os trabalhos de resgate e de retirada de escombros na província iraniana de Kermanshah, a mais danificada pelo tremor.
As operações de busca correm contra o tempo para tentar salvar possíveis sobreviventes. Participam das equipes de resgate o Exército, os Guardiães da Revolução, a força de Voluntários Islâmicos e o Crescente Vermelho do Irã. O vice-presidente da Organização de Gestão de Crise do Irã, Behnam Saidi, explicou que foram enviados às áreas afetadas dezenove helicópteros e três aviões para a transferência dos feridos, além de 140 ambulâncias.
Somente na cidade de Sarpol-e Zahab, na província iraniana de Kermanshah, localizada a aproximadamente 16 quilômetros da fronteira com o Iraque, 236 mortes foram confirmadas, segundo a imprensa local.
Vários prédios desmoronaram e milhares de pessoas passaram a noite nas ruas com medo das réplicas, contadas às dezenas. Os danos são, por enquanto, difíceis de quantificar porque as comunicações foram cortadas e algumas estradas permanecem bloqueadas impedindo o acesso a áreas danificadas.
O epicentro do terremoto aconteceu às 21h18 (horário local, 16h18 em Brasília) perto da cidade iraquiana de Halabya, na região do Curdistão, na fronteira com o Irã, a uma profundidade de 33 quilômetros. O tremor também foi sentido na Turquia.
As cidades e províncias mais afetadas no Irã são Kermanshah, Ghasr Shirin, Sarpul e Azgale, embora as réplicas tenham sido sentidas em várias províncias, incluindo a capital Teerã. O Irã tem uma grande atividade sísmica. Os terremotos mais graves até o momento aconteceram em dezembro de 2003 e em junho de 1990, quando 31.000 e 37.000 pessoas morreram, respectivamente.
Vídeos e fotos compartilhados nas redes sociais mostram o desespero da população durante o tremor. Internautas também divulgaram imagens capturadas durante operações de resgate.