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Novo coronavírus pode infectar células do coração, mostra estudo da USP

Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) estão investigando o impacto da covid-19 no corpo humano para melhorar o desenvolvimento de remédios

Coronavírus: doença pode afetar também o coração e não somente os pulmões (Getty Images/Getty Images)

Além dos pulmões, do cérebro e dos intestinos, o novo coronavírus pode infectar células que compõem o músculo do coração, os cardiomiócitos, aponta uma pesquisa feita por Cientistas da Plataforma de Triagem Fenotípica, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com o Instituto de Biociências (IB) da universidade.

O grupo de pesquisadores estava investigando células Vero infectadas com o vírus (originárias de rins de macaco, comumente utilizadas nesse tipo de estudo) desde o fim de março e agora estão adaptando a plataforma para estender os testes também às celulas do coração, segundo publicação no Jornal da USP. Os cardiomiócitos utilizados no teste foram modelos celulares mais próximos aos humanos e foram obtidos com pesquisadores do LaNCE – Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias do Instituto de Biociências (IB) da USP.

Uma das ideias dos cientistas é descobrir como o vírus se comporta para realizar o teste de novos remédios contra a covid-19 e outras doenças, como a chagas, o que, de acordo com eles, “pode otimizar a pesquisa e diminuir a espera para ensaios em humanos”.

Lúcio Freitas Junior, coordenador do laboratório onde a pesquisa foi realizada, identifica os testes de medicamentos em células humanas normais como um dos grandes desafios para o descobrimento dos remédios. Para ele, o uso de células humanas no estudo de patógenos é o “ideal”, visando a variação do comportamento do vírus em diversos “tipos celulares e organismos”.

Enquanto isso não é possível, os modelos celulares podem funcionar bem.

Assim que os medicamentos potenciais contra a SARS-CoV-2 forem encontrados, os resultados serão avaliados e estudos preliminares serão feitos em humanos — ainda não há estimativa de quanto tempo a próxima etapa levará.

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