Mark Last, professor da Ben-Gurion University of the Negev (BGU) acredita que os três locais já alcançaram a tão sonhada imunidade de rebanho sem vacina
Os estados de Nova York e da Califórnia, nos Estados Unidos, podem ter alcançado a imunidade de rebanho do novo coronavírus segundo Mark Last, professor da Ben-Gurion University of the Negev (BGU), em Israel. Para descobrir isso, Last desenvolveu um algoritmo capaz de medir a que nível estava a imunidade dos estados americanos e já tem estudado dados na área de saúde há 20 anos.
A descoberta foi baseada no modelo SIR das diânicas infecciosas, usada para determinar cenários da covid-19. De acordo com a pesquisa, S significa “suscetível”, o I é para “infeccioso” e, por fim, o R indica “recuperados”.
Para o modelo, o estado de Nova York estava próximo de alcançar a imunidade de rebanho, considerando que o número de mortalidade começou a cair no local e o número de reprodução do vírus sob o distanciamento social era de 1,14 — ou seja, o número médio para que uma pessoa infecte a outra. À época, Nova York tinha 400 mil casos confirmados, o que implicaria 2,4 milhões mais infecções baseadas nos testes sorológicos feitos no estado.
Para Last, o mesmo vale para a Califórnia e para Israel. “Na Califórnia parece que a imunidade de rebanho foi alcançada em 15 de julho com mais de 10% da população infectada. Isso significa que o número básico de reprodução, o R0, é apenas de 1,1”, explicou ele no estudo.
Em Israel, segundo Last, o lockdown não é necessário se as restrições forem mantidas e “nenhum evento que espalhe o vírus for realizado”. “Se mantermos as restrições, então meu modelo aponta que estamos no final do pico, que deve reduzir completamente no começo de setembro. Além do mais, segundo meus cálculos, precisamos de 1,16 milhões de pessoas com anticorpos para atingir a imunidade de rebanho — e estamos bem próximos desse número”, disse. Apesar disso, Last acredita que não é o momento de ficar confiante e nem de relaxar as medidas de distanciamento social.