“Nova era”: Xi deixa a Rússia após reunião com Putin

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As duas nações expressaram inquietações com a expansão da Otan e concordaram em aprofundar uma aliança que se tornou mais intensa desde o início da guerra na Ucrânia

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(Alexei Druzhinin/TASS/Getty Images)

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O presidente chinês Xi Jinping deixou Moscou nesta quarta-feira, 22, após uma reunião de cúpula com o chefe de Estado russo Vladimir Putin para demonstrar unidade diante das potências ocidentais, um encontro que não deixou avanços importantes para um eventual cessar-fogo na Ucrânia.

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As duas nações, dispostas a contra-atacar a influência internacional dos Estados Unidos, expressaram inquietações com a expansão da Otan e concordaram em aprofundar uma aliança que se tornou mais intensa desde o início da ofensiva russa na Ucrânia.

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O avião de Xi decolou do aeroporto moscovita de Vnukovo após uma cerimônia de despedida com uma guarda de honra e a execução dos hinos nacionais da Rússia e da China, informou a agência de notícias RIA Novosti.

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A visita do presidente chinês foi interpretada como um apoio a Putin, que é alvo de uma ordem de detenção do Tribunal Penal Internacional por denúncias de deportação ilegal de menores de idade ucranianos

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O líder russo afirmou que está aberto a negociar com a Ucrânia e elogiou a proposta de paz de 12 pontos apresentada pela China, que pede um diálogo e o respeito à soberania territorial de todos os países.

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“Vários pontos do plano de paz propostos pela China (…) podem servir de base para uma solução pacífica, desde que o Ocidente e Kiev estejam dispostos a isto. Porém, no momento não vemos disposição da parte deles”, afirmou Putin.

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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que convidou a China a dialogar, mas que ainda espera uma resposta.

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A China teve um papel importante como parte mediadora na recente reconciliação diplomática entre Arábia Saudita e Irã, mas os analistas consideram difícil que consiga o fim das hostilidades na ex-república soviética.

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O porta-voz do Conselho de Segurança dos Estados Unidos, John Kirby, descartou que a China possa ser considerada “razoavelmente imparcial” neste conflito.

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“Possibilidades ilimitadas”

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Unidas pelo desejo de contra-atacar o domínio global dos Estados Unidos, China e Rússia deixaram para trás as divergências da Guerra Fria e intensificaram a cooperação nos últimos anos.

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No segundo dia de reuniões em Moscou, Xi afirmou que as relações entre as duas nações “entram em uma nova era” e Putin celebrou “as possibilidades e perspectivas ilimitadas” da cooperação.

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Além de abordar o conflito ucraniano, os dois chefes de Estado assinaram um acordo para a construção de um gasoduto gigantesco que transportará gás Sibéria até o noroeste da China.

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Putin disse que as negociações foram “significativas e sinceras” e que seu país, depois de perder grande parte do mercado europeu, poderia suprir a “crescente demanda” de energia do gigante asiático.

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Em um comunicado conjunto, os dois aliados expressaram preocupação com crescente reforço dos vínculos entre a Otan e os países da região Ásia-Pacífico” e acusaram a Organização do Tratado do Atlântico Norte de “prejudicar a paz e a estabilidade regionais”.

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Os presidentes trocaram gestos cordiais desde o início da visita na segunda-feira, quando se referiram um ao outro como “estimado amigo”.

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China e Rússia frequentemente atuam em conjunto no Conselho de Segurança das Nações Unidas, usando seu poder de veto como membros permanentes para impedir iniciativas dos países ocidentais.

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Pequim tentou estabelecer uma posição como parte neutra no conflito da Ucrânia, mas Washington considera que suas propostas são “táticas de adiamento” para ajudar e dar mais tempo a Moscou.

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Enquanto Xi visitava Moscou, o chefe de Governo de outra potência asiática, o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida, viajou a Kiev na terça-feira e se reuniu com o presidente Zelensky.

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“Nossas conversas com o senhor Kishida foram bastante produtivas”, declarou o ucraniano.

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Kishida era o único líder do G7 que não havia visitado a Ucrânia desde o início da guerra e estava sob pressão para viajar ao país antes de ser o anfitrião, em maio, da reunião de cúpula do grupo das economias mais industrializadas do mundo.

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Zelensky confirmou que participará no encontro do G7 por videoconferência.

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