O novo espaço descoberto tem cerca de 30 metros de comprimento e está localizado bem acima da grande galeria, a maior sala conhecida da pirâmide
Um grupo internacional de cientistas descobriu uma grande câmara vazia no interior da Pirâmide de Quéops, em Gizé, no Egito. Esta é a primeira grande estrutura encontrada na pirâmide desde o século XIX.
A descoberta foi feita por pesquisadores egípcios, franceses, canadenses e japoneses, que trabalham desde o final de 2015 na pirâmide, utilizando tecnologia de ponta não invasiva, que permite observar através dela para descobrir possíveis espaços ou estruturas internas desconhecidas.
A Grande Pirâmide, a mais importante construção do Reino Antigo, foi construída durante o reinado de Khufu (2550 a.C. a 2527 a.C.), segundo faraó da 4ª Dinastia, a quem Heródoto chamou de Quéops. O monumento, de 139 metros de altura e 230 de largura, fica no complexo de Gizé, próximo do Cairo, perto da Grande Esfinge e das pirâmides de Quéfren e Miquerinos.
Segundo os especialistas, a nova câmara encontrada tem cerca de 30 metros de comprimento e está localizada bem acima da grande galeria, a maior sala conhecida da pirâmide. Ainda não está claro qual é a sua estrutura exata ou função, mas os especialistas acreditam que o estudo da cavidade poderia levar a um maior entendimento sobre o processo de construção da maior pirâmide de Gizé.
A cavidade é “tão grande como um avião de 200 passageiros no coração da pirâmide”, declarou à AFP Mehdi Tayubi, codiretor do projeto ScanPyramids, responsável pela descoberta. “Há muitas teorias sobre a existência de possíveis câmaras secretas na pirâmide”, conta Tayubi. “Mas nenhuma delas previa a existência de algo tão grande”, completou.
Para descobrir os mistérios que ainda estão escondidos no interior da pirâmide, os cientistas analisaram as imagens geradas por uma partícula cósmica conhecida como muon, que é ativado quando partículas subatômicas procedentes do espaço exterior entram em contato com a atmosfera terrestre.
A partícula muon apresenta diferentes trajetórias quando penetra a pedra ou atravessa o ar, o que permite aos pesquisadores detectar cavidades em estruturas sólidas, como na Grande Pirâmide. A vantagem desta tecnologia de ponta é que não danifica a estrutura do monumento, o que significa que a nova cavidade está totalmente intacta e intocada pelos cientistas.
(Com AFP e EFE)