Na última segunda-feira (61/1) duas pessoas morreram após serem atropeladas. Especialistas explicam como reverter o número
De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), nos últimos três anos, o DF teve um aumento gradativo de ocorrências por atropelamento. Em 2022, foram 3.016; em 2023, 3.533, e em 2024, 4.112. No ano passado, houve uma média de 11 pessoas atropeladas por dia.
Dois óbitos por atropelamento na última segunda-feira (6/1) em vias do Distrito Federal, acenderam o alerta sobre os números desse tipo de acidente. As vítimas, um homem de 63 anos, no Lago Norte, e uma mulher de 38, no Centro de Taguatinga, tiveram as mortes confirmadas nos locais dos acidentes.
Em ambos os casos, as vítimas sofreram com traumatismo crânioencefálico, parada cardiorrespiratória e, mesmo com os protocolos de reanimação, os dois não resistiram e morreram. De acordo com a doutora em Transportes e mestra em Ciências da Saúde Adriana Modesto o pedestre é o indivíduo que experimenta o maior grau de vulnerabilidade da via, sobretudo, se forem crianças e idosos. “O jeito de caminhar pode ser diferente se pensarmos numa criança, um idoso, uma pessoa com mobilidade reduzida ou um adulto”, afirmou.
Para a especialista, é preciso identificar os locais em que muitas ocorrências de atropelamentos ou grande fluxo de pedestres para, posteriormente, o poder público intervir com medidas de segurança. “A oferta de passarelas seguras e preservadas também é bem-vinda, sobretudo próximo a paradas de ônibus, com grande concentração de pedestres. A redução dos limites de velocidade e a respectiva fiscalização são fatores que também contribuem para coibir”, explicou
Precaução
Recomendações como priorizar a faixa de pedestre, esperar todos os carros pararem no semáforo para atravessar e fazer as travessias nas passarelas e passagens subterrâneas, são necessárias, segundo Adriana, para que não ocorram fatalidades.
O gerente da Escola Pública de Trânsito Marcelo Granja chama a atenção para o fato de que o celular é o principal fator de distração dos motoristas de carro nas vias. “Precisamos perceber a atenção em relação às vias, mantendo a distância do pedestre e a velocidade limitada. O celular, infelizmente, é um dos grandes desvios de atenção e provocadores de sinistros. É fundamental ter uma atenção redobrada nos cruzamentos com veículos e pedestres”, conscientiza o gerente.
Adriana Modesto ressalta que campanhas de conscientização devem ser acompanhadas de uma sensibilização. “A mera ciência da existência de riscos e variações quanto às vulnerabilidades dos usuários não garante necessariamente que o cuidado e o zelo pela vida alheia assumam perspectiva coletiva, independentemente do papel que se está ocupando em dado momento”, explicou.
Consciência no trânsito
O Departamento de Trânsito (Detran-DF), por meio da Diretoria de Educação de Trânsito, promove algumas ações educativas destinadas a pedestres, ciclistas, motociclistas e condutores de veículos. O órgão ainda conta com os projetos Café na Faixa e o Rolê Consciente. A Blitz Educativa e o Detran nos Parques também promovem educação viária em vias públicas e parques.