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“Nem toda mulher é ou vai ser mãe”, diz carta aos funcionários da Google

Uma mensagem direcionada a colaboradores da empresa chamou atenção por defender que maternidade não é um papel de gênero obrigatório a mulheres

No início deste mês, uma carta direcionada aos funcionários de um comitê interno da Google no Brasil  chamou atenção por defender que ser mãe não é um papel de gênero obrigatório à mulheres.

A reflexão foi produzida pelo Women@, um dos comitês da Google destinado a promover ações de suporte a mulheres da empresa, e foi enviada aos colaboradores da empresa motivada pelo dia das Mães, celebrado no mês de maio.

A mensagem lembra que o Dia das Mães é uma celebração do nascimento – mas nem todos são benéficos. “Nasce uma criança, nasce uma família, nasce um amor. Nascem, também, todos estes estereótipos que você acabou de ler aqui.”

Parte dos estereótipos citados na carta está na ideia de que toda mulher será mãe um dia, ideia rebatida na mensagem. “Nem toda mulher é ou vai ser mãe, mas a ideia de essa seja a maior realização que ela pode ter na vida é muito forte na nossa cultura. Quase como se, só por ter a possibilidade de gerar uma criança, isso fosse automaticamente uma obrigação.”

A quebra de estereótipos segue ao longo do texto. “Algumas mulheres nascem prontas para a maternidade. Outras descobrem essa vocação com o tempo. Há quem deseje engravidar mais que qualquer coisa na vida e quem descobriu que não é isso que realmente deseja.”

O Women@ ainda lembra que mulheres são frequentemente julgadas pela sociedade por suas escolhas, valores e decisões. “A mãe que trabalha é julgada, a que fica em casa é julgada, e a mulher que decide não ser mãe, mais ainda. Às vezes parece impossível vencer esse jogo.”

O texto também ressalta que o amor e demais características frequentemente associadas à maternidade – como criação do filhos, necessidade de cuidar, proteger, dar assistência e zelar – não devem ser restritos à mulher. “São características presentes em todos nós, homens e mulheres, meninos e meninas. Gerar uma vida pode ser apenas um acontecimento fisiológico, enquanto o amor e o cuidado são papéis que podem ser construídos por qualquer um.”

Por fim, a mensagem lembra que, sim, seu propósito é homenagear as mulheres que escolheram a maternidade, assim como aquelas que optaram por não serem mães. “Queremos celebrar as mulheres que nos trouxeram ao mundo, que enfrentaram todos os desafios para que fôssemos hoje as pessoas incríveis que estão lendo esta carta, mas também as que enfrentaram batalhas diárias contra os estereótipos.”

“E pedimos que respeitem nossas escolhas relacionadas à maternidade e, acima de tudo, lembrem-se que ser mãe não é um papel de gênero, e sim o ato de zelar, cuidar e amar, presente em todos nós”, encerra.

A Google é conhecida, entre outros aspectos, por seus trabalhos para oferecer direitos entre colaboradores homens e mulheres. Na filial brasileira, os funcionários tê direito a licença maternidade e paternidade – a primeira de seis meses, a segunda de três.

Desde abril de 2017, funcionários que tornaram-se pais e mães adotivos também passaram a obter o direito. Se um colaborador da Google adotar uma criança, ele tem direito a 12 semanas de licença.

Além disso, a Google também inicia uma política de retorno das mães e pais às atividades na empresa para que eles possam adaptar a nova rotina da família com filhos e a vida no trabalho. Quem tirar mais de dez semanas de licença, por exemplo, pode retornar a trabalhar fazendo a metade da carga horária semanal por até duas semanas, sem desconto no pagamento

 

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