Doenças mais comuns, como glaucoma, catarata e DMRI
Você tem algum problema de visão e o seu parceiro, não? Sabia que algumas complicações oculares podem, de fato, afetar mais mulheres do que homens? Veja quais são as doenças mais comuns que você pode enfrentar, e o tratamento para cada uma delas. Fique de olho!
MAS POR QUÊ?
Danos graves à visão das mulheres podem estar relacionados à INTERAÇÃO ENTRE HORMÔNIOS SEXUAIS, GENÉTICA, FATORES AMBIENTAIS E O SISTEMA IMUNOLÓGICO. O aumento da expectativa de vida delas (78,6 anos segundo dados do IBGE) é outro fator que acaba influenciando no surgimento de doenças oculares, que se tornam mais comuns APÓS A MENOPAUSA”.
Outro momento importante da vida que pode influenciar a saúde ocular é a GRAVIDEZ: “durante este período, são relativamente comuns OLHO SECO, VISÃO EMBAÇADA, REAÇÕES ÀS LENTES DE CONTATO e aumento de grau de problemas refrativos preexistentes, como MIOPIA, PRESBIOPIA, ASTIGMATISMO E HIPERMETROPIA. A pré-eclampsia (aumento da pressão arterial que pode ocorrer a partir da 20ª semana) e o diabetes gestacional são outros fatores que podem acarretar perdas graves de visão. Apesar de, geralmente regredir após o parto, existe a possibilidade de sequelas visuais”.
TRÊS PROBLEMAS MAIS COMUNS E COMO ENFRENTÁ-LOS:
NOME: GLAUCOMA
O QUE É: uma doença de grande importância epidemiológica, econômica e social, uma vez que atinge grande parte da população e frequentemente requer tratamento prolongado. “Tem como características principais o AUMENTO DA PRESSÃO INTRAOCULAR, A ESCAVAÇÃO DO NERVO ÓPTICO, E OS DEFEITOS DE CAMPO VISUAL. Segundo dados recentes da OMS (Organização Mundial da Saúde), o glaucoma é a principal causa de baixa visão irreversível e a terceira causa geral, ficando atrás somente de erros refracionais não corrigidos e catarata”
CAUSA: existe o glaucoma primário, que se dá pelas causas citadas acima, e o secundário, que é decorrente de outras doenças oculares sendo a causa mais comum as uveites (inflamação de parte do olho), os tumores oculares e outros.
SINTOMAS: na fase inicial o paciente pode não apresentar sintomas característicos. De acordo com a profissional, “DOR SÓ OCORRE QUANDO AS PRESSÕES INTRAOCULARES ESTIVEREM ACIMA DE 30MMHG, e nas fases iniciais nem sempre isso ocorre. Uma das alterações mais características dos portadores de glaucoma é o defeito de campo visual, sendo que os escotomas (pontos onde o paciente não enxerga), podem gerar dificuldades na leitura e na visualização de pequenos objetos. Nas fases terminais da doença o campo visual fica tubular, isto é, só enxerga no centro da visão, não enxerga ‘dos lados’, portanto, não consegue andar sozinho. Essa perda de campo visual afeta a função para as atividades do dia a dia, como ler por exemplo”.
TRATAMENTOS: O primeiro a ser instituído é a diminuição da pressão intraocular com o uso de colírios específicos. Como segunda opção, a médica explica que “conforme o tipo de glaucoma, podem ser realizadas cirurgias a laser: se for de ângulo fechado, faz-se a IRIDECTOMIA PERIFÉRICA, que é uma abertura na íris possibilitando uma melhor circulação do humor aquoso (líquido que nutre a córnea e regula a pressão interna do olho). No de ângulo aberto, faz-se a TRABECULOPLASTIA, ainda com a finalidade de aumentar o escoamento do humor aquoso. Por outro lado, caso ele esteja em excesso, para o drenarem, pode se realizar uma cirurgia chamada TRABECULECTOMIA, ou sendo insuficiente, implantar drenos oculares”.
NOME: CATARATA
O QUE É: uma doença que causa a opacidade do cristalino, provocando a perda gradativa da visão.
CAUSAS: durante a menopausa, o organismo interrompe a circulação de ESTROGÊNIO (HORMÔNIO FEMININO) modificando uma das camadas do cristalino. “A presença do hormônio nessa ‘lente natural dos olhos’ é importante para bloquear a produção da proteína C-REATIVA, que causa a catarata. Exposição dos olhos à radiação UV e a existência do diabetes também podem contribuir para o surgimento da doença”, ressalta a Dra. Keila.
SINTOMAS: perda discreta da visão, percepção desbotada das cores, redução da nitidez visual noturna. A visão também pode começar a ficar turva e embaçada, tornando atividades como ler e assistir TV, difíceis.
TRATAMENTOS: o único efetivo é a cirurgia chamada FACECTOMIA COM FACOEMULSIFICAÇÃO e implante de lente intraocular.
NOME: DEGENERAÇÃO MACULAR RELACIONADA À IDADE (DMRI)
O QUE É: uma doença que compromete a região central da retina (mácula), causando a perda progressiva da visão. Ela pode ser de dois tipos:
– ATRÓFICA (ou seca), que causa perda de visão lenta e progressiva, com aumento da área central afetada ou múltiplas áreas que se aglutinam. Aqui, a visão é mais estável e com menos deformação da imagem.
– EXSUDATIVA (úmida) é a forma mais grave da doença. Apresenta vasos na retina que sangram. Ocorre perda súbita da visão e, após a absorção, ocorre cicatrização com piora da visão. “Calcula-se que cerca de 15% dos pacientes estejam nesse tipo clínico”, destaca a especialista.
CAUSAS: além de estar relacionada ao aumento da expectativa de vida da mulher, “a doença pode ser desencadeada por FATORES HORMONAIS, GENÉTICOS, HEREDITÁRIOS, METABÓLICOS E AMBIENTAIS. A exposição excessiva aos raios solares, UMA ALIMENTAÇÃO RICA EM GORDURAS E TABAGISMO, também podem levar ao surgimento da DMRI”, diz a expert.
SINTOMAS: a pessoa pode começar a perceber um ponto escuro ou vazio no centro da visão, linhas verticais que se mostram distorcidas, e linhas retas na paisagem, como os lados dos edifícios ou postes, que parecem tortas. A escrita parecendo borrada, oferecendo mais dificuldade no seguimento da leitura, também são indícios do problema.
TRATAMENTOS: como se trata de uma doença degenerativa, não há cura. Porém, um pequeno número de pessoas com DMRI úmida, felizmente, pode receber tratamento a laser. “Nesta terapia, o feixe de luz intensa passa através das lentes do olho, coagulando os vasos sanguíneos sangrantes no fundo dos olhos. Também pode ser utilizada a aplicação de três ou mais INJEÇÕES INTRAOCULARES DE ANTI-VEGF, sendo uma a cada mês, conforme a evolução do caso. Além disso, o USO DE SUPLEMENTOS VITAMÍNICOS ESPECÍFICOS ajuda favoravelmente no tratamento. Pode ocorrer a necessidade de cirurgia chamada VITRECTOMIA, nos casos em que ocorre o sangramento extenso para o vítreo (gelatina que preenche os olhos). Outras técnicas cirúrgicas são indicadas para a reabilitação visual, como a IMPLANTAÇÃO DE TELESCÓPIO INTRAOCULAR, que é feito em casos selecionados. Neste caso, a pessoa vai ficar com visão para longe no olho que recebe o telescópio, enquanto o outro será usado para perto”, esclarece a oftalmologista.
Fonte DaquiDali