Doença foi contraída durante em voo de doze horas, O risco de transmissão em viagens de avião é baixo, mas possível
A mulher japonesa, com idade por volta dos 50 anos, estava em viagem de férias com o marido, quando começou repentinamente a sentir cansaço, dor de garganta e tosse logo ao chegarem ao destino. O homem apresentou os mesmos sintomas e febre baixa. No entanto, cerca de um mês depois, ao retornarem para o Japão, a mulher passou a ter febre alta e calafrios repentinos, assim como dores nas articulações.
Outros sintomas comuns da meningite bacteriana são dores fortes de cabeça, náuseas e vômitos, manchas roxas e vermelhas na pele, erupções, pescoço rígido e sensibilidade à luz.
Meningococemia
Dias depois, ela passou por uma série de exames médicos que atestaram a presença da bactéria N. meningitidis, o meningococo, causador da meningite, mas como eles foram encontrados no líquido sinovial, o fluido entre as cavidades das articulações, significava que a infecção havia atingido a corrente sanguíneada paciente. Amostras retiradas da mucosa do nariz e da garganta do marido também indicaram a presença da bactéria. Depois de receber o tratamento antibiótico, a mulher se recuperou completamente.
Transmissão
A doença é transmitida através de secreções respiratórias e da saliva, mas isso acontece depois de um contato prolongado, principalmente em locais isolados. Segundo especialistas, o caso da japonesa, que foi apresentado em uma conferência, nos Estados Unidos, é considerado raro, mas extremamente grave. Embora, a complicação da doença seja rara no Japão, com cerca de três casos a cada 10 milhões de pessoas, se não tratada precocemente pode levar a óbito em menos de 48 horas.
De acordo com o relatório, o casal pode ter contraído a bactéria de um grupo de adolescentes, entre 14 e 17 anos, da Escócia e da Suécia que viajavam no mesmo voo, voltando de um acampamento internacional de escotismo. Posteriormente, seis participantes também apresentaram sintomas da doença meningocócica.
Casos em viagens
Ainda assim, segundo os médicos, o risco de transmissão de doença meningocócica em viagens de avião é baixo. Mas é possível. Em 2005, tiveram relatos de dois casos de infecção em um voo de Los Angeles, nos Estados Unidos, para Sydney, na Austrália. De acordo com as autoridades, provavelmente uma pessoa transmitiu a bactéria para o outro passageiro, ou ambos os indivíduos foram infectados durante a viagem por outra pessoa que não apresentou sintomas.
Apesar de não existirem dados sobre o risco de transmissão, viagens internacionais podem facilitar a propagação das meningites, principalmente para regiões semiáridas e subsaarianas da África. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos recomenda, como forma de prevenir o avanço da doença bacteriana, que os passageiros que tenham viajado com alguma pessoa infectada por mais de oito horas contatem um médico para decidir se é preciso tomar antibiótico.
Prevenção
É possível se prevenir contra a doença seguindo os cuidados de higiene básicos, evitando compartilhamento de objetos de uso pessoal, e com a vacina. No Brasil, conforme o calendário de vacinação da criança, estão disponíveis a vacina pentavalente, contra infecções causadas pelo H. influenzae tipo B, associado a meningite, difteria, coqueluche e hepatite B; a vacina meningocócica conjugada C, contra a doença causada pelo N. meningitidis, do sorogrupo C; e a vacina pneumocócica contra infecções da bactéria S. pneumoniae.