“A questão do metano está ligada aos excrementos da pecuária, principalmente. Nós temos um rebanho bovino enorme. Vai ter que haver uma adaptação, um planejamento para isso”, defendeu general
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou nesta quarta-feira (3/11) que a pecuária do Brasil terá que se adaptar para que o país consiga cumprir o acordo com o qual se comprometeu na COP26 de reduzir em 30% as emissões de gás metano. A meta deve ser batida até 2030, tendo em comparação os números de 2020.
“A questão do metano está ligada aos excrementos da pecuária, principalmente. Nós temos um rebanho bovino enorme. Vai ter que haver uma adaptação, um planejamento para isso. Já existem empresas que fazem a mitigação dos dejetos do gado”, apontou a jornalistas na chegada ao Palácio do Planalto.
Porém, o general destacou que muitos produtores já adotam medidas de mitigação neste sentido. “Tem recursos envolvidos, da ordem de US$ 12 bilhões para auxiliar os países nesse processo. Temos um prazo até 2030, prazo para irmos nos adaptando. Grande parte dos produtores já trabalha no sentido de fazer a coleta dos dejetos e, consequentemente, a queima dos mesmos, de forma que não contamine a atmosfera”, completou.
“Nós mesmos, nos nossos quartéis, quando éramos um Exército quase todo a cavalo, a gente fazia isso. Então, existe um know how e é só todo mundo se adaptar para a mitigação”, defendeu.
Por fim, Mourão disse que o país está “empenhado” em cumprir os acordos propostos na COP26.
“Brasil está empenhado, o governo brasileiro, representando o Estado brasileiro. Porque é uma questão de Estado isso aí, não é só nosso governo que vai ter que encarar esse problema de frente […]. O Brasil está fazendo a parte dele nesse sentido”.
Sob pressão dos EUA, o Brasil e mais 100 países reunidos na COP26 assinaram ontem o documento.
O metano tem como fonte as minas de carvão a céu aberto e a pecuária. O gás é produzido por animais ruminantes, como bois e ovelhas, e vai se acumulando no rúmen, um dos quatro estômagos dos bichos, até sair pela boca — como um arroto.
O gás tem um efeito estufa cerca de 80 vezes mais forte que o dióxido de carbono (CO2), e é responsável por 30% do aquecimento do planeta desde o período da Revolução Industrial, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
Defesa a Bolsonaro
O vice-presidente também saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro, que teve agenda magra de encontro com políticos durante a Cúpula do G20 em Roma, na Itália, no último fim de semana.
“Não vejo dessa forma. A reunião do G20 é densa, existem discussões técnicas antes. Quando se reúnem os representantes das 20 maiores economias do mundo, já vem uma agenda pré-preparada”, afirmou o vice-presidente nesta quarta-feira, na chegada ao Palácio do Palácio. “Essa questão de reuniões bilaterais… Eu acho que naquele momento não foi previsto isso”, acrescentou, elogiando, em seguida, o discurso de Bolsonaro na cúpula. “Considerei muito bom”.