Banco Central reduziu alíquota de compulsório de 40% para 25% no caso de depósitos à vista e de 24,5% para 20% para depósitos de poupança na semana passada
São Paulo – O corte nas alíquotas de compulsório de poupança e depósitos à vista “é um crédito positivo para os maiores bancos do Brasil, porque reduzirá os custos de financiamento, liberando R$ 25,7 bilhões no sistema financeiro”, segundo análise da agência de classificação de risco Moody’s.
Na quinta-feira da semana passada, o Banco Central reduziu a alíquota de compulsório de 40% para 25% no caso de depósitos à vista e de 24,5% para 20% para depósitos de poupança. A exigência de reserva para depósito à vista será a menor desde 2008.
Além disso, o BACEN aumentou para de R$ 70 milhões para R$ 200 milhões o valor que cada banco pode deduzir da base do depósito à vista para o cálculo de reservas obrigatórias.
A Moody’s informou que os bancos mais afetados por esta medida são Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa Econômica Federal, que juntos tinham 93% dos depósitos à vista e poupança do setor em dezembro de 2017.
“As instituições financeiras de pequeno e médio porte serão menos afetadas porque recebem apenas uma modesta parcela de seu financiamento poupança e depósitos à vista”, pontuou a agência.
Segundo a Moody’s, embora os bancos tenham atualmente um excesso significativo de liquidez, “as reservas têm um alto custo de oportunidade”. “Esses recursos estão ociosos no BC sem juros (como é o caso do compulsório sobre depósitos à vista) ou com a mesma baixa taxa de 6,5% que os bancos pagam pelos depósitos de poupança (o que equivale a aproximadamente 80% da taxa básica, a Selic)”, pontuou a agência.
“Agora, os bancos poderão usar esse dinheiro para financiar empréstimos e investimentos em valores mobiliários. E a menor exigência de reservas reduzirá a necessidade de outras fontes de recursos mais caras, à medida que a demanda por crédito começar a se recuperar”, continuou.
Ainda de acordo com a Moody’s, esse movimento visa a estimular o crescimento dos empréstimos, na medida em que os consumidores e as empresas estão começando a mostrar um maior apetite por crédito. “No entanto, um aumento no crédito dependerá das estratégias de risco de crédito dos bancos”, escreveu a agência em sua análise.