Raimundo Eduardo Pereira Silva, de 29 anos, está internado no Hospital de Base. Atirador, identificado como Marco da Silva, é ex-bombeiro militar e ajudava na campanha de Rubens de Araújo Lima, conhecido como Rubão, do PTB.
O garçom baleado no rosto, após uma discussão com o candidato a deputado Rubens de Araújo Lima (PTB), em Brasília, segue internado no Hospital de Base, nesta segunda-feira (29). Raimundo Eduardo Pereira Silva, de 29 anos, foi alvejado por um apoiador do candidato conhecido como Rubão à Câmara Legislativa do DF (CLDF), no sábado (27).
O caso ocorreu na churrascaria Tchê Garoto, na Vila Planalto, por volta das 15h, quando Raimundo e outros funcionários reclamaram do som alto durante a campanha do candidato. Após uma discussão entre as partes, Marco Antônio Leal da Silva, de 55 anos, ex-bombeiro militar, atirou na vítima (veja detalhes abaixo).
Raimundo foi atingido perto do olho. A bala atravessou a boca e foi parar no pulmão do garçom.
“Estou bem, graças a Deus. Estou me recuperando aos poucos”, disse Raimundo.
O garçom passou por uma cirurgia no maxila e, segundo parentes, os médicos avaliam se vão tirar, ou não, a bala do pulmão de Raimundo, já que a cirurgia é “delicada e invasiva”. Apesar dos ferimentos, o garçom não sentir “rancor, raiva ou ódio”, a maior preocupação dele é o sustento da família enquanto não puder trabalhar.
“Atrasou um pouco meu serviço, porque tenho um filho e outro que está nascendo. Mas, como vou trabalhar desse jeito?”, diz o garçom baleado por apoiador do candidato Rubão.
Investigação
A Polícia Civil do Distrito Federal informou que Raimundo, outros funcionários e o dono da churrascaria reclamaram que Rubão e Marcos estavam com o som alto, fazendo propaganda política. Segundo a investigação, o candidato empurrou o dono do restaurante e, em seguida, o apoiador Marcos Antônio pegou uma arma dentro do carro do candidato e deu um tiro no rosto do garçom.
No carro do candidato, além do adesivo da própria candidatura, havia outro em apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Depois da confusão, Rubão afirmou que ninguém reclamou do som alto, que ele que não sabia da existência da arma, e que foi agredido.
O candidato foi autuado em flagrante por porte ilegal de munição, que foi encontrada no veículo dele. Segundo a polícia, Rubão não tem permissão para portar qualquer tipo de arma.
Os investigadores informaram ainda que Marco Antônio Leal da Silva, que atirou no rosto do garçom, não havia se apresentado na delegacia até a tarde desta segunda-feira. Ele é ex-bombeiro militar e segundo a corporação, foi expulso em 2003, após ser acusado de tentativa de homicídio, em 2002.
Conforme o processo na Justiça, o apoiador do candidato Rubão foi condenado a 2 anos de prisão, que foi convertida em pena alternativa e acabou extinta. Marco Antônio também não tem autorização de posse ou porte de armas.
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) afirmou que “o ato não foi praticado pelo candidato e, até o momento, não há registro de pedidos de impugnação contra Rubão”.