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“Me despeço do Parlamento em nome dessa causa”, diz Jungmann ao tomar posse

O novo ministro afirmou ainda acreditar que a criação do Ministério da Segurança Pública “não tem volta” e acredita que o próximo presidente manterá a pasta na equipe ministerial. Reprodução/Facebook

O antes ministro da Defesa e agora chefe da nova pasta de Segurança Pública, Raul Jungmann, tomou posse na manhã desta terça-feira (27), em Brasília, e disse que encerrará sua carreira político partidária para se dedicar integralmente ao Ministério. “Me despeço do parlamento em nome dessa causa”, disse ao reiterar sua promessa “de corpo e alma” à atribuição que lhe fez o presidente Michel Temer.

O novo ministro afirmou ainda acreditar que a criação do Ministério da Segurança Pública “não tem volta” e acredita que o próximo presidente manterá a pasta na equipe ministerial.

No discurso, ele ainda saudou os comandantes das Forças Armadas e pediu uma salva de palmas, atendida com clamor. Jungmann ainda não poupou elogios ao presidente da República e seus feitos no comando do País em relação à segurança pública. Segundo ele, Temer “lutou e continuará lutando” pela reforma da Previdência, “porque o Brasil precisa”.

Jungmann afirmou ainda que Temer teve “imensa coragem” ao decretar a intervenção federal no Rio de Janeiro.

Discurso de posse

Ao iniciar seu discurso de posse, o ministro escolhido por Michel Temer para o comando do Ministério Extraordinário contou uma “história recente” acontecida com ele no Rio de Janeiro. Segundo ele, uma senhora o agradeceu pelo que ele estava fazendo pelo Estado. Ele disse ter abraçado a senhora e que ali, simbolicamente, sentiu que abraçava “grande parte do Brasil e dos brasileiros”.

Durante sua fala, o ministro trouxe números da segurança pública no País e ressaltou o número de mortos em 2016 no Brasil, que foi de 61 mil pessoas. Em citação ao atual ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, Jungmann afirmou que no País se prende muito e se prende mal.

“Em 16 anos, o sistema carcerário cresceu 161%, e o déficit de vagas cresceu, chegando a quase 400 mil vagas (…) Prendemos muito, mas prendemos mal”, disse.

O ministro citou ainda os problemas da Justiça criminal e lembrou que metade dos que estão presos lá estão por conta das drogas. Em citação ao crime organizado, Jungmann disse que o cenário “é tão desolador ou mais”.

Sobre a presença do crime organizado nos presídios, o ministro da Segurança Pública afirmou que o sistema carcerário deveria ser o local de máxima presença do Estado, mas foi lá que se consolidou o crime organizado. “O sistema carcerário é o ‘home office’ do crime organizado, que se nacionalizou”, segundo ele.

Em clara crítica à herança deixada pelos governos anteriores, Jungmann afirmou que a crise fiscal “que o presidente Temer recebeu” veio acompanhada de uma crise da segurança.

O ministro empossado da Segurança Pública acrescentou ainda que o novo Ministério temo objetivo de promover a integração entre os entes da Federação, dentro de uma política de “segurança pública cidadã e nacional”, combatendo duramente o crime organizado, mas sem desrespeitar a lei e os direitos urbanos.

Jungmann foi categórico ao criticar quem prega a barbárie como combate ao crime, e ressaltou que não abre mão de agir sob a lei e os paradigmas do Estado Democrático de Direito.

Ele citou ainda os membros da classe média que, pela “frouxidão de valores”, passou a consumir drogas. Em crítica clara, Jungmann disse que, no Rio de Janeiro, de dia as pessoas clamam contra a violência, mas à noite “financiam esse mesmo crime”. Entretanto, ele elogiou o “renascimento da segurança” no Estado com as pessoas saindo da “paralisia” e começando a falar e querer participar.

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