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Mauro Cid volta a ser preso por descumprimento de medidas cautelares impostas por Alexandre de Moraes

Nova prisão foi determinada após ex-ajudante de ordens de Bolsonaro participar de audiência na qual foi chamado para esclarecer áudios com críticas à PF e ao ministro do STF

O tenente-coronel Mauro Cid foi preso nesta sexta-feira por ter descumprido medidas cautelares e por obstrução à Justiça. O mandado de prisão preventiva foi expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao fim de audiência na qual o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro confirmou os termos da delação premiada fechada com a Polícia Federal (PF). A validade do acordo ainda está sob análise.

Antes de ser preso, Cid prestou depoimento ao desembargador Airton Vieira, que trabalha no gabinete de Moraes no STF. Ele foi ouvido por cerca de 30 minutos. Em seguida, foi encaminho ao Instituto Médico Legal (IML).

Cid foi chamado à Corte após a divulgação de áudios, pela revista Veja, em quais critica a forma como a PF e Moraes conduziram os seus depoimentos. Nas mensagens, Mauro Cid diz que foi pressionado a falar sobre fatos que não teriam acontecido ou dos quais ele não teria conhecimento. A PF avalia rescindir a delação, como mostrou a colunista Bela Megale.

Em nota, a defesa de Cid afirmou que as gravações “parecem ser clandestinas” e que as falas foram feitas em um contexto de “desabafo”, no qual “relata o difícil momento e a angústia pessoal, familiar e profissional” que o tenente-coronel está vivendo.

Além da prisão, a PF também cumpre um mandado de busca e apreensão na casa de Cid, em Brasília.

Investigado nos inquéritos que apuram suspeitas de tentativa de golpe de Estado, falsificação de carteira de vacinação e desvio de joias do acervo presidencial, Cid passou quatro meses preso preventivamente em 2023 antes de optar pela delação.

Quando Moraes revogou a prisão preventiva de Cid, em setembro do ano passado, as medidas cautelares impostas foram:

– Uso de tornozeleira eletrônica e proibição de ausentar-se da Comarca , de sair de casa à noite e nos finais de semana
– Afastamento do exercício das funções de seu cargo de oficial no Exército
– Obrigação de apresentar-se semanalmente perante ao Juízo da Execução da Comarca de origem
– Proibição de ausentar-se do país e cancelamento de todos os passaportes emitidos em nome do investigado
– Suspensão imediata de porte de arma de fogo bem como de realizar atividades de colecionador, tiro desportivo e caça
– Proibição de utilização de redes sociais
– Proibição de comunicar-se com os demais investigados, com exceção de Gabriela Cid (esposa), Beatriz Cid (filha) e Mauro Lourena Cid (pai)
– O STF ainda não informou qual medida foi descumprida.

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