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Manifestantes fazem ato por moradia no Largo do Paissandu

Movimentos sociais reclamam da falta de ações concretas das autoridades públicas diante da tragédia causada por desabamento de prédio

Movimentos sociais de defesa ao direito a moradia fizeram hoje (9) uma manifestação durante a tarde e início da noite na capital paulista. O ato teve início na praça da Sé e saiu em passeata até o Largo do Paissandu, onde o edifício Wilton Paes de Almeida desabou no último dia 1º.

Ao final da manifestação, foi realizado um ato ecumênico com a participação dos manifestantes e das famílias que moravam no prédio e que permanecem acampados no Largo do Paissandu, em frente à igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.

“Esse ato mostra, em primeiro lugar, nossa indignação pela forma como as autoridades trataram aqui essa tragédia. Em segundo lugar, é a defesa dos movimentos populares que têm uma atuação séria na cidade de São Paulo”, destacou o coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bomfim.

No ato ecumênico, presidido pelo padre Júlio Lancellotti, conhecido pela atuação junto a moradores em situação de rua, velas foram acesas pelos manifestantes para “levar luz” ao local do acampamento e chamar atenção para a situação das famílias sem moradia.

“Estamos aqui para denunciar essa situação e dizer que, após nove dias de tragédia, as autoridades, o governo municipal em especial, não têm uma resposta concreta para essas famílias”, ressaltou Bomfim.

Auxílio-moradia

Em nota, a prefeitura informou que o pagamento de auxílio-moradia às vítimas do desabamento começou na última terça-feira e está sendo feito pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), do Governo do Estado. As 116 famílias cadastradas pelo município foram chamadas para assinatura do termo de adesão e saque do benefício.

Segundo a administração municipal, outras 94 famílias dos imóveis interditados foram cadastradas pela Secretaria Municipal de Habitação. Segundo a prefeitura, elas deverão assinar, nos próximos dias, o termo de adesão ao auxílio para receber o benefício.

“Todas as famílias (tanto as que moravam no edifício quanto as que tiveram os imóveis interditados) receberão auxílio-moradia de R$ 1.200 no primeiro mês e de R$ 400 a partir do segundo, pago por um período de 12 meses, ou até a liberação do imóvel”, destacou a nota.

Resgate

O Corpo de Bombeiros permanece em busca por vítimas do desabamento nos escombros do edifício. Hoje, as equipes de resgate encontraram novamente fragmentos ósseos. O material foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para análise e identificação. O tenente dos bombeiros, Guilherme Derrite, disse que, nove dias depois do desabamento, passou a ser “improvável” que vítimas sejam encontradas com vida.

“É improvável. O número de células de sobrevivência diminuiu. Quanto mais chegamos ao segundo subsolo, os escombros estão mais compactados”, disse. Segundo ele, devem ser necessários mais dez dias para que todos os escombros sejam inspecionados pelos bombeiros. Seis vítimas ainda são procuradas.

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