Quase um terço dos alemães acredita que o Ocidente precisa convencer Kiev a iniciar negociações com Moscou sobre um cessar-fogo, mostrou uma pesquisa realizada pela empresa YouGov para o jornal Welt am Sonntag neste sábado (31).
Mais de 30% dos alemães acreditam que Ocidente deve empurrar Kiev para negociações de paz com Moscou
De acordo com a pesquisa, 31% dos entrevistados acreditam que os Estados ocidentais devem pressionar a Ucrânia para negociações de paz, enquanto 50% dos participantes da pesquisa acreditam que apenas o governo ucraniano deve tomar a decisão de iniciar negociações com a Rússia.
Cerca de 31% dos alemães apoiam a eventual adesão da Ucrânia à União Europeia (UE) e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) após a conclusão do acordo de paz.
Outros 13% acreditam que a Ucrânia só deveria ingressar na UE e 10% acham que a adesão à OTAN é suficiente, mostrou a pesquisa.
Ao mesmo tempo, 26% dos entrevistados consideram desnecessária a adesão da Ucrânia à OTAN e à UE, acrescentou a pesquisa.
Segundo o YouGov, 19% dos participantes da pesquisa ficaram indecisos quanto às respostas às perguntas feitas.
A pesquisa foi realizada de 16 a 21 de dezembro com a participação de 2.075 pessoas.
Em 24 de fevereiro, a Rússia iniciou sua operação militar especial na Ucrânia em resposta aos pedidos de ajuda das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk (RPD e RPL) para se defenderem dos ataques das forças ucranianas.
As delegações russa e ucraniana se envolveram em várias rodadas de negociações de paz desde então, mas as negociações acabaram chegando a um impasse.
No início deste ano, o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, recusou-se a negociar com a Rússia enquanto o presidente Vladimir Putin permanecesse no cargo, mas mudou sua posição mais tarde e estabeleceu condições para iniciar o diálogo em uma declaração em vídeo divulgada em 8 de novembro. A gravação foi feita logo após o surgimento de reportagens da mídia dos EUA informando que o governo Biden estava encorajando Kiev em particular a demonstrar sua prontidão para negociar com Moscou.
O Kremlin enfatizou que Putin sempre esteve e continua aberto a negociações sobre a Ucrânia, como fica evidente em suas tentativas de iniciar o diálogo com os EUA, a OTAN e a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mesmo antes do início das hostilidades.
Moscou expressou concordância com as declarações dos EUA de que a resolução da crise na Ucrânia deve ser baseada em uma paz justa e de longo prazo, mas, ao mesmo tempo, o Kremlin disse que ainda não vê perspectivas de negociações.