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Maduro declara “persona non grata” encarregado de negócios dos EUA em Caracas

“Já basta de conspirações”, esbravejou o presidente chavista depois de fazer o anúncio

EFE/CRISTIAN HERNÁNDEZ

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou nesta terça-feira (22) “persona non grata” o encarregado de negócios dos Estados Unidos em Caracas, Todd Robinson, e lhe deu 48 horas para deixar o país.

O governante fez o anúncio durante o ato em que foi proclamado como presidente reeleito, depois das questionadas eleições de domingo, não reconhecidas pelos EUA, e assegurou que Robinson atuou como “conspirador” na Venezuela.

A medida de expulsão também atinge o chefe da seção política da embaixada americana, Brian Naranjo, que, assim como Robinson, deverá sair da Venezuela em 48 horas “em protesto e em defesa da dignidade da pátria venezuelana”.

“Já basta de conspirações”, esbravejou o presidente chavista depois de fazer o anúncio diante de parte de seu gabinete que lhe acompanhou até a sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para receber as credenciais que o manterão no poder até 2025.

Maduro acusou Robinson de participar de conspiração militar, econômica e política, assim como de ter “violado a lei internacional de maneira descarada”, garantindo ter provas que apresentará depois.

Nesse sentido, afirmou que a chancelaria venezuelana tinha chamado a atenção do diplomata “mais de 10 vezes, em particular, em público, por escrito, de forma verbal”, mas o americano não mudou sua postura e se comportou como um “ativo conspirador”.

Robinson está há menos de um ano em Caracas e é o principal representante dos EUA na Venezuela, uma vez que ambos países não têm embaixadores há oito anos, como consequência do conflito nas relações diplomáticas desde que se iniciou a chamada revolução bolivariana em 1999.

Os Estados Unidos, assim como vários países, não reconheceram a vitória de Maduro nas últimas eleições, nas quais não participou o grosso da oposição local por considerá-las fraudulentas.

O Executivo de Donald Trump impôs ontem novas sanções econômicas contra o governo de Maduro ao limitar a venda de dívida e ativos públicos venezuelanos em território americano.

De acordo com Maduro, estas sanções “ofendem a dignidade nacional, causam prejuízo e geram sofrimento ao povo”, razão pela qual expressou hoje seu “repúdio à conspiração permanente”.

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