Empresa registrou um salto impulsionado por menores perdas na área de distribuição e maiores receitas de geração
A Eletrobras fechou o primeiro trimestre de 2019 com um lucro líquido de 1,347 bilhão de reais, 178% maior que o de 484 milhões no mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 14, pela estatal. O resultado foi influenciado por menores perdas na área de distribuição e maiores receitas de geração.
A maior empresa de eletricidade da América Latina teve um lucro sem juros, impostos e amortizações (Ebitda) de 2,9 bilhões de reais, alta de 15% frente ao mesmo período do ano anterior. O Ebitda é usado com frequência pelos investidores e analistas para a análise do desempenho econômico das empresas.
A receita da área de geração da empresa saltou 24,3%, para 5,6 bilhões de reais, impulsionada por uma melhoria nos ganhos de hidrelétricas antigas da companhia, que tiveram a receita atualizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Já os investimentos da elétrica recuaram 43% na comparação anual, para 501 milhões de reais no trimestre, em meio a uma reestruturação da companhia, que nos últimos anos deixou de entrar em novos projetos e passou a vender ativos para reduzir dívidas.
Com as distribuidoras, a empresa, mesmo com algumas vendas, teve um prejuízo líquido de 223 milhões, embora bem abaixo das perdas de 1,9 bilhão de reais no ano anterior. Segundo a Eletrobras, o prejuízo de 1,176 bilhão da Amazonas D foi compensado parcialmente pela venda da Equatorial Energia Alagoas (Ceal) por 859 milhões de reais.
A Eletrobras explica ainda que no primeiro trimestre obteve ganhos com a venda pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) de sociedades de propósito específico (empresa cuja atividade é bastante específica em alguns casos até com prazo de existência determinado) dos Complexos Eólicos Senta Sé I, II e III no valor de 183 milhões de reais.
O impacto no resultado do primeiro trimestre referente a provisão para o Plano de Demissão Consensual em 2019 foi de 170 milhões de reais. Já as provisões para contingências, despesas já contabilizadas mas ainda não pagas, somaram 293 milhões de reais, a maior parte, de 220 milhões de reais referente a empréstimo compulsório.
A receita líquida cresceu 6%, para 6,452 bilhões de reais, influenciada pela Rede Básica do Sistema Existente (RBSE) de 1,1 bilhão de reais, conforme comentário da administração; a energia vendida (geração) apresentou aumento de 1,2%, para 17,2 terawatt-hora (Twh). Já o resultado financeiro consolidado foi uma despesa de 322 milhões de reais, ante cifra positiva de 1,023 bilhão de reais no primeiro trimestre de 2018.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)