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‘Lockdown é medida extrema, mas não está descartado’, diz governo do DF

Bloqueio total das atividades é pensado para regiões de Ceilândia, Pôr do Sol, Samambaia e Estrutural. No último fim de semana, governador Ibaneis postou vídeo pedindo que pessoas fiquem em casa.

Moradores de Ceilândia em rua da região do DF — Foto: TV Globo/Reprodução

Após o aumento no número de casos do novo coronavírus em algumas regiões do Distrito Federal, o governo declarou, na manhã desta quarta-feira (3) que o

pode ser uma alternativa. O bloqueio total das atividades estaria sendo pensado para Ceilândia, Pôr do Sol, Samambaia e Estrutural.

“Lockdown é medida extrema, mas não está descartado.”

A declaração partiu de um dos coordenadores de comunicação do GDF, Paulo Pestana. Segundo ele, o governador Ibaneis Rocha (MDB) “está muito preocupado com o aumento de casos nessas cidades”

No último do domingo (31), Ibaneis chegou a publicar um vídeo onde pedia às pessoas que usem máscaras e evitem sair de casa (veja abaixo). “Por favor, sigam as orientações, fiquem em casa, só saiam se for necessário. E você, comerciante, que agora tem possibilidade de retomar as suas atividades, faça isso com responsabilidade, não nos obriguem a tomar medidas mais duras”, afirmou.

“Os casos aumentaram demais nesses locais, há muita gente agindo como se nada estivesse acontecendo. O lockdown é caso extremo, mas não está fora da mesa”, disse o porta-voz do governo.

Casos de coronavírus no DF por região

No último boletim da Secretaria de Saúde, divulgado no começo da tarde desta quarta-feira, o Distrito Federal somava 11.398 casos do novo coronavírus e 167 óbitos de moradores desde o início da pandemia. Outras 14 pessoas, vindas de outros estados, morreram nos hospitais da capital – no entanto, segundo a pasta, essas mortes são contabilizadas nas regiões de origem das vítimas.

Ceilândia, que inclui os números do Sol Nascente e do Pôr do Sol, onde é cogitado o lockdown, lidera o número de casos e de mortes pela Covid-19 no DF:

  • Ceilândia: 1.233 casos e 36 mortes
  • Plano Piloto: 1.035 casos e 11 mortes
  • Taguatinga: 782 casos e 7 mortes
  • Samambaia: 771 casos e 23 mortes
  • Águas Claras: 475 casos e 10 mortes
  • Gama: 463 casos e 8 mortes
  • Planaltina: 436 casos e 7 mortes
  • Guará: 423 casos e 10 mortes
  • Sobradinho I: 359 casos e 4 mortes
  • Santa Maria: 340 casos e 6 mortes
  • São Sebastião: 255 casos e 3 mortes
  • Paranoá: 264 casos e uma morte
  • Recanto Das Emas: 224 casos e 10 mortes
  • Lago Sul: 207 casos e 2 mortes
  • Sudoeste/Octogonal: 193 casos e 4 mortes
  • Scia (Estrutural): 220 casos e 4 mortes
  • Riacho Fundo I: 181 casos e 5 mortes
  • Brazlândia: 158 casos e 3 mortes
  • Vicente Pires: 151 casos e uma morte
  • Lago Norte: 138 casos e uma morte
  • Jardim Botânico: 120 casos e 2 mortes
  • Cruzeiro: 101 casos, sem mortes
  • Núcleo Bandeirante: 93 casos e 2 mortes
  • Parkway: 71 casos e uma morte
  • Itapoã: 61 casos e uma morte
  • Riacho Fundo II: 56 casos e uma morte
  • Sobradinho II: 46 casos, sem mortes
  • Candangolândia: 40 casos e uma morte
  • Fercal: 11 casos e sem mortes
  • Varjão do Torto: 9 casos, sem mortes
  • S I A: 4 casos, sem mortes

O lockdown é a atitude mais radical para evitar a circulação de pessoas e a propagação do vírus. A medida é decretada pelo poder público.

Quando esse nível extremo do isolamento social ocorre, as pessoas não podem sair ou entrar nas regiões bloqueadas. Os moradores só têm autorização para ir ao mercado, farmácia ou locais de atendimento à saúde.

No Brasil, o lockdown foi implementado em alguns locais, como São Luis e outras três cidades do Maranhão; em quatro cidades no interior do Amazonas; Belém e outras 16 cidades do Pará; e mais de 30 cidades do Tocantins.

No estado de São Paulo, o governo diz que o protocolo está pronto, mas ainda não será adotado. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é contra a medida.

Segundo o epidemiologista Jonas Brant, colocar a medida em prática no Distrito Federal exige “muita articulação do governo”. Ele explica que, na capital, os moradores precisam circular entre uma região e outra para trabalhar.

Para o médico, o isolamento social ainda é a melhor forma de prevenir o contágio sem necessitar o bloqueio total de circulação.

Entenda as diferenças

  • Isolamento social – é, em princípio, uma sugestão preventiva para todos para que as pessoas fiquem em casa
  • Quarentena – é uma determinação oficial de isolamento decretada por um governo
  • Lockdown – é uma medida de bloqueio total que, em geral, inclui também o fechamento de vias e proíbe deslocamentos e viagens não essenciais

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