Para Enio Verri, revelação de que presidente atuou para defender sua família de apuração policial é crime
Com uma posição moderada até o momento sobre a crise política que atinge o governo desde a saída e revelações de Sergio Moro, o líder do PT na Câmara, agora, passou a defender o impeachment de Jair Bolsonaro.
O que mudou a opinião de Enio Verri (PT-PR) foi revelação de parte do conteúdo do vídeo da reunião ministerial que pode ter complicado a situação de Bolsonaro.
A informação de que, no encontro, o presidente defendeu a troca na superintendência do Rio para proteger sua família de apurações policiais é tida como grave pelos petistas.
Enio Verri, até esta tarde contrário ao afastamento do presidente, afirmou que agora essa proteção acabou:
“É uma bomba! É crime. O que ele fez cabe impeachment, pelo que está noticiado”, disse Verri ao Radar.
“Que conversa é essa de proteção a família! Uma coisa é a proteção devida ao presidente e seus familiares, assegurada pelo GSI, que é outra coisa. Agora, proteção por possíveis crimes cometidos é inaceitável. Vai ter que se explicar mais do que nunca”, continuou o petista.
Na reunião, com revelou a “Veja”, Bolsonaro disparou que “querem f*… minha família”, ao defender a troca na superintendência. E afirmou que, se não fosse assim, substituiria o diretor-geral (Maurício Valeixo) e o ministro da Justiça (Sergio Moro).
Verri afirmou que o impeachment de Bolsonaro é pauta do encontro da Executiva Nacional do partido neste final de semana.
“Até agora, tinha posição contrária ao impeachment porque o presidente tem base social e votos na Câmara. Agora, depois dessa revelação de hoje e ainda uma pesquisa (da CNT) mostrando que ele está perdendo apoio na sociedade, não há mais como sustentar essa posição. ‘Ah, tem o apoio do Centrão’. Mas o Centrão é rápido em entrar e sair de governo”, afirmou o líder do PT.
Com 53 deputados, o PT tem a maior bancada na Câmara.