O rotativo do cartão, juntamente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades
Com as famílias em dificuldades para fechar as contas em meio ao recrudescimento da pandemia de covid-19, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito caiu 2,3 pontos percentuais de janeiro para fevereiro, informou nesta segunda-feira, 29, o Banco Central. A taxa passou de 329,0% para 326,7% ao ano.
O rotativo do cartão, juntamente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades. O juro do rotativo é uma das taxas mais elevadas entre as avaliadas pelo BC.
Dentro desta rubrica, a taxa da modalidade rotativo regular passou de 310,9% para 295,0% ao ano de janeiro para fevereiro. Neste caso, são consideradas as operações com cartão rotativo em que houve o pagamento mínimo da fatura.
Já a taxa de juro da modalidade rotativo não regular passou de 342,2% para 352,1% ao ano. O rotativo não regular inclui as operações nas quais o pagamento mínimo da fatura não foi realizado.
No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 161,5% para 167,1% ao ano. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 60,8% para 63,1%.
Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juro para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.
Juro no crédito livre cai a 28,1% em fevereiro
A taxa média de juro no crédito livre caiu de 28,5% ao ano em janeiro para 28,1% ao ano em fevereiro, informou nesta segunda-feira, 29, o Banco Central. Em fevereiro de 2020, essa taxa estava em 34,1% ao ano.
Os números são influenciados pelos efeitos da pandemia, que colocou em isolamento social boa parte da população e reduziu a atividade das empresas, em especial nos meses de março e abril do ano passado.
Em meio à carência de recursos, famílias e empresas aumentaram a demanda por algumas linhas de crédito nos bancos ao longo de 2020.
Para as pessoas físicas, a taxa média de juro no crédito livre subiu de 39,5% para 40,1% ao ano de janeiro para fevereiro, enquanto para as pessoas jurídicas caiu de 15,2% para 13,8% ao ano.
Cheque especial
Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física destaque para o cheque especial, cuja taxa passou de 120,3% ao ano para 124,9% ao ano de janeiro para fevereiro. No crédito pessoal, a taxa permaneceu em 33,2% ao ano.
Desde janeiro de 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a 200 reais.
Desde 6 de janeiro de 2020, o BC aplica uma limitação dos juros do cheque especial em 8% ao mês (151,82% ao ano).