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Johnson & Johnson: o que já se sabe sobre a dose de reforço

No Brasil, a fila para a terceira dose começa a andar com a vacinação de idosos e imunossuprimidos; como ficam as coisas para quem tomou a vacina da Janssen, imunizante de dose única?

Foto Carlos Bassan (Fotos Públicas)

A dose de reforço é a mais nova etapa para a proteção contra o coronavírus. Tudo indica que, assim como o vírus da gripe, será necessário tomar uma dose extra da vacina com uma certa regularidade para manter a proteção da população alta e a circulação do vírus baixa.

Atualmente no Brasil, aqueles com baixa imunidade ou idosos com mais de 70 anos já são elegíveis para a terceira dose. Como contam com um sistema imunológico mais fraco, a proteção da vacina diminui com o passar dos meses.

Uma hora ou outra, a fila irá andar e passará a incluir todos. Até aqueles que tomaram a dose única da Johnson&Johnson terão que se vacinar novamente — inclusive, por sua disponibilidade no país, o Ministério da Saúde já autorizou o uso do imunizante como dose de reforço, junto com a Pfizer e a AstraZeneca.

Apesar da empresa por trás da vacina J&J enfatizar a durabilidade de seu imunizante como uma ferramenta para aliviar a pandemia global, foi pressionada pelo governo de Joe Biden para produzir evidências sobre a eficácia de uma dose adicional.

A empresa agora “gerou evidências de que uma dose de reforço aumenta ainda mais a proteção contra a covid-19”, de acordo com o Dr. Paul Stoffels, diretor científico da J&J, em comunicado.

As agências de saúde norte-americanas, como a FDA e o CDC, ainda precisam avaliar as informações dadas pela empresa, mas aqui está o que sabemos até agora:

Preciso da dose de reforço se tomei a vacina da Janssen?

Sim. Apesar de que a primeira dose tenha eficácia de aproximadamente 70% contra casos graves de covid, pesquisas científicas até agora indicam que a proteção dos anticorpos cai entre seis meses e um ano. Além disso, com altas taxas de vacinação, o coronavírus pode eventualmente se tornar tão inofensivo e comum quanto a gripe.

Qual a eficácia da dose extra da J&J?

Os dados que temos atualmente ainda são preliminares e baseados exclusivamente no comunicado de imprensa da J&J. O estudo teve 30.000 participantes acima de 18 anos que tomaram a segunda dose 56 dias após a primeira.

A J&J afirma que a eficácia para casos moderados e graves aumentou para 94% após a dose extra.

Um reforço administrado dois meses após a primeira dose aumentou os níveis de anticorpos de quatro a seis vezes. Quando administrado seis meses após a primeira dose, os níveis de anticorpos aumentaram doze vezes, sugerindo uma grande melhora na proteção com o intervalo mais longo entre as doses.

A dose extra é tão segura quanto a outra?

Sim. A vacina J&J continua a ter o mesmo perfil de segurança de antes e também os mesmos efeitos colaterais raros. No estudo realizado pela empresa, a segunda dose não resultou em mais respostas negativas do que a primeira.

Quanto tempo devo esperar para receber minha dose de reforço?

Por enquanto, no Brasil, a campanha de vacinação para a dose de reforço tem como público-alvo:

  • Idosos com mais de 70 anos que completaram o esquema vacinal há mais de seis meses e
  • Imunossuprimidos (pessoas com baixa imunidade) que tomaram a segunda dose há ao menos 28 dias.

Se tomei a vacina da Johnson, preciso tomar a segunda dose deles?

Não, as pesquisas indicam que não há problema em misturar os imunizantes.

Para a dose de reforço, o Ministério da Saúde recomendou o uso das vacinas de Pfizer, AstraZeneca e Janssen. Os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo também incluíram a Coronavac como uma opção para a dose extra.

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