O Iraque adiou um forte impulso em sua capacidade produtiva de petróleo em mais de um ano, diante dos preços baixos e do acordo para um corte na produção liderado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), afirmou nesta terça-feira Abdulmahdy al-Ameedi, diretor-geral de contratos e licenciamento do Ministério do Petróleo. O fato é uma mostra dos desafios para o setor no país, que busca atrair investimentos de gigantes do Ocidente após derrotar o Estado Islâmico.
AAmeedi afirmou que o Iraque busca elevar sua capacidade produtiva para 5 milhões de barris por dia no próximo ano, mais que um ano depois do inicialmente planejado. Falando a repórteres no intervalo de uma conferência sobre petróleo no Iraque realizada em Berlim, a autoridade disse que as empresas internacionais do setor adiaram investimentos por causa dos preços mais baixos do barril e, mais recentemente, pelo fato de o Iraque ter concordado em reduzir sua produção para apoiar os preços, no âmbito do acordo liderado pela Opep.
Grandes empresas do setor de petróleo também têm reclamado de pagamentos atrasados e de contratos duros. Ameedi disse que o governo quer resolver essas questões e melhorar os termos dos negócios. Segundo ele, a administração de Bagdá está disposta a vincular os pagamentos sobre a produção aos movimentos do mercado, em vez de fixar um valor de antemão.
A Royal Dutch Shell decidiu abandonar o grande campo Majnoon no ano passado. Mas a autoridade disse que o Iraque negocia com a Chevron e a Total para tocar o projeto, mas o governo pode ainda desenvolver o campo sem um operador estrangeiro. O diretor disse também que seu país trata com a ExxonMobil uma iniciativa conjunta chamada Southern Integrated Project, que envolverá o desenvolvimento de campos e o refino. Segundo ele, nove novos blocos foram oferecidos perto das fronteiras com o Kuwait e o Irã, enquanto campos de gás natural também devem ser ofertados em breve.