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Investigação é feita com cautela, diz Alckmin sobre chacina

Mais de um mês depois dos ataques em Osasco e Barueri, um PM foi preso.
Hipótese de chacina de Carapicuíba ter ligação com caso não foi descartada

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira (21) que a investigação sobre a chacina que matou 19 pessoas em Osasco e Barueri “está sendo feita com muita cautela” e negou qualquer paralisação nas investigações. Mais de um mês depois da chacina, apenas um policial militar foi preso.

“Não há nenhuma paralisação. Você tem uma forca tarefa permanentemente trabalhando. O que nós queremos: não adianta apresentar uma denúncia que depois na Justiça cai. Nós estamos comprovando, fazendo a parte pericial, provas materiais. Para poder apresentar, prender, ser mantida a prisão. Então, está sendo feita com muita cautela pra simplesmente não denunciar, mas você ter todas as provas periciais que levam à denúncia”, disse Alckmin.

O governador não descartou a hipótese de relação entre a chacina de Osasco e Barueri com a que matou quatro pessoas neste sábado (19) em Carapicuíba.

“Nós não descartamos nenhuma hipótese. Agora também não há nenhum fato que comprove”, disse.

Questionado se a mudança de comando na Rota, grupo de elite da Polícia Militar, é decorrente das chacinas e pelas prisões de 11 policiais por suspeita de envolvimento em duas execuções no Butantã, zona Oeste da capital paulista, Alckmin negou.

O tenente-coronel Alexandre Gaspar Gasparin deixou o comando sete meses após assumir o cargo, em fevereiro. Segundo o Bom Dia Brasil, a Secretaria da Segurança Pública não atribui a troca de comando aos casos de policiais envolvidos em crimes.

“A rota é uma tropa de elite da polícia de SP, extremamente qualificada e importante no combate ao crime. As mudanças de comando são feitas pelo Secretario da Segurança Publica, nós não fazemos ingerência na escolha de comandantes. É de confiança do Secretário de Segurança e do comando da Polícia Militar e essas mudanças são normais, de acordo com a estratégia da polícia”, afirmou.

Mortes
De janeiro a agosto de 2015, 571 pessoas foram mortas por policiais militares durante operações no estado de São Paulo, segundo levantamento da Ouvidoria das polícias paulistas. Em todo o ano de 2014 foram 838 vítimas. Já em 2013, 562.

A Ouvidoria diz que os “assassinatos praticados por policiais se tornaram um hábito”.

O comandante geral da Polícia Militar, Ricardo Gambaroni, fez um apelo em vídeo às tropas e disse que “as mortes de suspeitos só são toleradas em casos de legítima defesa” e que “antes de agir, cada policial militar deve refletir nas consequência de seus atos. Ocorrências forjadas estão levando nossos policiais para a cadeia. Para a Polícia Militar, os danos à imagem podem ser irrecuperáveis”.

No dia 13 de agosto de 2015, 18 pessoas foram mortas e sete ficaram feridas em ataques realizados por indivíduos armados em 10 lugares próximos, em um espaço de tempo de ao menos três horas, nas cidades de Barueri e Osasco, vizinhas de Carapicuíba, na Grande São Paulo. Uma adolescente de 15 anos, que havia sido baleado nos ataques, morreu dia 27 de agosto e se tornou a 19ª vítima da chacina.

A principal hipótese apontada pela Secretaria da Segurança Pública é a de que policiais militares e guardas civis metropolitanos tenham cometido os crimes como vingança pela morte de um PM e de um guarda.

Caso Butantã
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, afirmou nesta terça-feira (15) que os 11 policiais militares presos por suspeita de executarem dois homens detidos no Butantã no dia 7 de setembro serão processados e expulsos da PM. Na semana anterior, vídeos mostraram os policiais na ação em que os dois presos morreram – um deles foi jogado do telhado de uma casa e depois levou tiros, o outro levou dois tiros quando já estava dominado.

“Onze policiais em relação ao Butantã estão presos. Eles vão ser processados criminalmente e serão expulsos da Polícia Militar. Agora, esse caso não tem nenhuma relação com grupo de extermínio”, disse.

O soldado investigado por jogar um suspeito do telhado durante ocorrência no Butantã, Zona Oeste de São Paulo, disse em depoimento que empurrou o homem porque não tinha como descer com ele. A ação foi no feriado de 7 de Setembro.

Ele e outros cinco PMs envolvidos na morte estão presos no Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte, desde a noite da última segunda (14). Outros cinco policiais militares já haviam sido levados ao presídio por envolvimento na morte do comparsa de Fernando da Silva, baleado na rua na mesma ocorrência. Por ora, 11 policiais vão responder pelas duas mortes, entre eles uma mulher.

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